Introvertendo 212 – Especial 4 Anos: Autistas Bêbados

Você imaginava que o Introvertendo duraria tanto tempo? 4 anos de um podcast precisavam ser comemorados em grande estilo. Por isso, Carol Cardoso, Luca Nolasco e Tiago Abreu se permitiram beber, capturar áudio no microfone e ver no que dava. Como um tradicional episódio de aniversário, temos participação de todos os integrantes do Introvertendo e também aparições especiais de três amigos nossos: Davi Abreu (irmão de Tiago), Germanna Costa (namorada de Willian) e Pedro Henrique Quiste (nosso grande 5º Beatle de sempre). Ouça sem moderação. Arte: Vin Lima.

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Transcrição do episódio

Willian: Atenção, esse episódio inclui uso excessivo de álcool. Se beber, não dirija ouvindo podcast. O Introvertendo recomenda que, se você tiver problemas com bebidas, procure ajuda especializada.

(Vinheta de abertura)

(Música instrumental de arrocha)

Tiago: Um olá para você que ouve o podcast Introvertendo, que é o podcast mais embriagado da podosfera brasileira e o primeiro que traz autistas bêbados (risos). Meu nome é Tiago Abreu, sou jornalista, inexperiente com bebida, apresentador deste episódio que comemora os 4 anos do podcast mais autístico do Brasil.

Carol: Eu sou a Carol Cardoso e me apresentar é a parte que eu mais odeio do podcast inclusive eu sempre erro e todo mundo está aí pra provar. É só isso.

(Barulho de tampa de garrafa)

Luca: Ah! Abri aqui uma. Eu sou Luca Nolasco, eu acho que essa nossa ideia foi roubada por quase todos os podcasts antes do ano de 2010, mas vamos lá, sempre inovando (risos).

Carol: (Risos)

Luca: Tem pauta, Tiago?

Carol: Não tem pauta.

Tiago: Então, antes de falar de pauta, é importante reforçar aqui com vocês que esse episódio completa uma tríade de episódios. A gente falou sobre o problema do anjo azul, depois a gente fez um episódio sobre sexo e agora, pra completar o fato de que autistas não são olhos azuis, nós estamos fazendo episódio com autistas enchendo a cara. Se você tá conhecendo, introvertendo agora e tá ficando horrorizado com as coisas que nós estamos fazendo, seja bem-vinda, seja bem-vindo. Nosso podcast discute o autismo no cotidiano e de vez em quando comete absurdos como esse. E por que que eu tô conseguindo falar tudo isso? Porque eu ainda não estou bêbado o suficiente, mas aguardem, tá? O Introvertendo é um podcast feito por autistas com produção da Superplayer & Co.

Bloco geral de discussão

Luca: Nós estamos nos preparando emocionalmente há meses pra fazer esse episódio. E duas semanas atrás, o podcast do show It’s Always Sunny in Philadelphia resolveu fazer a mesma coisa que a gente.

Tiago: Eu não conheço eles, eles são desconhecidos.

Luca: Pois é.

Carol: Realmente, as pessoas que bebem estão copiando a gente.

Luca: Exatamente, Carol. Pensa bem. Esse sitcom famosíssimo ouviu o Introvertendo e resolveu copiar, porque eles lançaram o episódio do Dia de São Patrício, onde eles três iniciaram o podcast bebendo uma dose de cachaça. Três doses, na verdade. E conforme o podcast foi andando, eles foram ficando mais alcoolizados.

Tiago: Eu tenho certeza que tem mais ouvintes do Introvertendo em Niterói do que esse podcast aí. Então nós somos mais famosos que eles. Isso é o que importa.

Luca: (Risos)

Carol: (Risos)

Luca: Um abraço a todos os ouvintes de Niterói do Introvertendo (risos).

Tiago: (Risos)

Luca: Vamos falar aos ouvintes que, com certeza não estão vendo nossos vídeos nesse momento, quais bebidas a gente está tomando agora? Você, Tiago.

Carol: Ah, mas que coisa mais brega.

Tiago: Mas a gente vai acabar fazendo propaganda.

Carol: Isso é muito brega. Não, não, mas só a gente não falar qual é a marca das propagandas.

Luca: Exatamente, é só falar o nome. Eu estou bebendo…

Tiago: Eu estou bebendo uma cerveja, porque eu fico bêbado muito fácil, entendeu?

Carol: Não, isso é muito brega gente.

Luca: (Risos) Está bom.

Tiago: Só porque a Carol é refinada, ela bebe vinho…

Luca: Ela é chique.

Carol: Eu tô bebendo cachaça agora, e aí?

Tiago: Exatamente, refinadíssima, sabe? Eu tô bebendo cerveja e você tá bebendo cachaça. É uma coisa do interior, tem toda uma estética…

Luca: Inclusive, vou mandar meu gole, espera aí.

Carol: Como assim estética já?

Tiago: Ah não, é porque essa estética interiorana, a questão artesanal da cachaça.

Carol: Ah não, mas aí tu já está metendo conceito que não tem.

Tiago: O Luca está quase vomitando, coitado.

(Transição)

Luca: Existe uma gigantesca possibilidade de eu estar num período de mania nos últimos três dias.

Tiago: “Mania de Você”, como a Rita Lee?

Carol: (Risos)

Luca: Eu não conheço essa música, cara.

Tiago: Tu não conhece essa música?

Luca: Não, eu fico assustado com…

Tiago: (Cantando) “Amor você me dá água na boca”

Luca: Ah tá.

Carol: Eu amo essa música! (risos).

Tiago: É um clássico da música brasileira essa música, cara.

Carol: É porque na tua cabeça todo mundo sabe sobre música.

Luca: É.

Tiago: Autismo!

Luca: O Tiago do nada traz assim: “ah, vocês já escutaram aquele hit da Rayssa & Ravel?” Não, eu nem conheço quem são esses!

Carol: (Risos)

Tiago: (Risos)

Carol: É, eu acho a coisa mais estranha do Tiago que eu acho é que ele sempre sabe qual é o episódio que a gente está falando. Inclusive eu vou tipo lançar um desafio agora! Quando eu era só ouvinte do Introvertendo, teve um episódio que eu não sei quem foi que falou mas eu tenho uma ideia de quem foi mas eu não vou falar porque o desafio vai ficar maior. Alguém no episódio falou que quando a gente quer ficar sozinho, não significa que a gente não está interagindo com ninguém. Porque a gente pode ler um livro e esse livro foi escrito por alguém e a gente está interagindo com a pessoa. E era sobre solidão autista. E qual episódio foi esse?

Tiago: Provavelmente foi o episódio 38 – Solidão, que eu acho que deve ter sido o Otávio que falou isso no episódio.

Luca: Meu Deus, véi (risos).

Carol: Não foi o Otávio que falou isso. Foi o Luca que falou isso.

Luca: Fui eu? (risos)

Carol: Não, não sei se foi o Luca também.

Luca: Pois é, eu tava aqui: nossa, que poético isso…

Tiago: É porque a gente fez um episódio sobre solidão, foi o episódio 38 e que a gente estava falando sobre a diferença de solidão e solitude. Eu lembro desse detalhe aí.

(Som de apito e audiência de estádio, trilha sonora)

Germanna: O VAR do Introvertendo analisou a cena de acordo com o catálogo do podcast e o resultado é que Carol Cardoso errou e Tiago Abreu acertou! O episódio que ela se refere é o 38 – Solidão, e quem estava falando era realmente o Otávio!

Luca: Provavelmente foi gravado lá na UFG, inclusive, né?

Tiago: O episódio Solidão fica na Faculdade de Educação da UFG. Numa sala lá.

Carol: Uma das coisas que mais me surpreendeu do Tiago no primeiro contato que eu tive com ele foi que nos áudios do WhatsApp ele fala exatamente do mesmo jeito que ele fala no podcast. Então se você está esperando conhecer o Tiago na vida real, ele vai falar exatamente do jeito que ele fala no podcast.

Tiago: O Willian fica me zoando. Ele fica dizendo que eu tenho voz de podcaster.

Carol: A única diferença dele pro podcast é que ele fala mais palavrão na vida real.

Luca: E se você virar amigo do Tiago espere mini podcasts no seu WhatsApp. Só áudio de três minutos pra cima.

Carol: Ele não digita. Ele só escreve o podcast. No caso em áudio.

Luca: (Risos)

Tiago: Ah, mas é porque o áudio tem a malemolência, né? Tem o estilo, tem a descrição da história, tem tudo assim.

Carol: (Mastigando) Então, mentira, né? Não tem nada a ver com o fato dele ter tendinite.

Luca: Cara, eu sempre fico muito surpreso. Nossa, o Introvertendo tem ouvintes. Quando eu vejo que você escutava antes, eu fico muito surpreso com isso.

Carol: Não, antigamente o Introvertendo era muito doido assim, falava de coisas tipo dinossauro, eu ficava: “meu Deus, eu não quero saber de dinossauro. Eu não tenho menor interesse em dinossauro”.

Luca: Produção fundo de quintal, né, cara? Eu eu sempre fui muito surpreso de que a gente conseguiu ouvintes (risos).

Carol: (Risos) Realmente que só o fato de ter um fetiche sobre autistas é o suficiente pra Introvertendo virar um hit assim.

Luca: A gente precisa explorar esse lado.

Tiago: Fetiche por autistas? Não, é que todo mundo quer saber. “Ai meu Deus, como que são autistas conversando? Porque na minha cabeça autista não falava, só…”

(Transição)

Luca: Essa semana rolou um negócio com a minha psicóloga. Ela basicamente pediu pra eu correr. Porque pra quem não sabe eu saí de um relacionamento recentemente e uma antiga amiga minha, uma semana depois que eu saí do relacionamento, ela declarou pra mim. Isso já é um sinal estranho. Outro sinal estranho é o fato de que ela passou a me cobrar emocionalmente e carinhosamente coisas das quais eu não tinha me comprometido de maneira alguma de me dispor.

Tiago: Assim, a melhor coisa que uma pessoa que sai de um relacionamento deve fazer é sossegar o cu. Esse é o primeiro ponto, sabe? Porque a pessoa está frágil, vulnerável emocionalmente. Eu conheço várias pessoas que terminam o relacionamento e logo depois engatam outro. Essa é a receita do desastre. Segundo, as pessoas em torno não respeitam também, né?

Carol: Tu poderia me definir o que significa sossegar o cu?

Tiago: Ficar quieto. Não se envolver com ninguém.

Luca: Carol, você já viu aquela aura caótica de recém solteiro? Que o cara passa a a postar foto no Instagram sem camisa…

Tiago: É tipo a a música da MC Naninha que é aquela: “Me separei / Tô solteira agora / Aqui no baile de favela eu vou sentar na tua piroca”

Carol: De novo tu falando de música que ninguém conhece…

Luca: Carol, Carol, agora eu vou ser justo. Eu conheço essa música, eu gosto muito dela (risos).

Carol: (Risos) Então sou eu que não conheço…

Tiago: E ela tem toda essa aura, ela tem toda essa aura.

Carol: (Risos) Eu não conheço essa música, eu não conheço nenhuma música.

Luca: Eu sou o maior fã da MC Naninha em Goiás.

Tiago: Sim, concordo.

Carol: Ah, é porque ela é de Goiás, eu não sou de Goiás.

Tiago: Não, ela é do Rio de Janeiro.

(Trecho de Me Separei – MC Naninha)

Carol: Sentir cheiro de feira pra mim é sentir cheiro do Pará.

Luca: Defina o que é um cheiro de feira.

Carol: Aí tu tem que ir na feira.

Tiago: Verduras, frutas, cheiro de pastel frito…

Carol: Putrefação, cocô de gato.

Tiago: Cheiro de esgoto.

Luca: Que feira que tu tá andando, Tiago? (risos)

Tiago: Não, é que eu estou usando como referência o Ver-o-Peso em Belém que eu conheci, que é a grande referência.

Carol: Olha aí, mas tu tá olhando com um olhar sudestino aqui porque tu acabou de falar que tu é de Minas Gerais, então se tu és sudestino…

Luca: Pois é, este podcast está destilando xenofobia por parte do Tiago!

Carol: Xenofobia, olha tu não pode chegar no Ver-o-Peso e falar que tu tem cheiro de putrefação. É verdade, porém não é mentira. Porque tem o que tem de pomba, tem mais pomba do que gente, tem mais urubu do que gente…

Luca: (Risos)

Carol: Porém olha gente, é o seguinte: a melhor coisa do mundo e eu eu sou vegetariana há mais de cinco anos, mais de seis anos de vegetariana. Porém a melhor comida do universo é pirarucu com açaí com farinha.

Luca: E é isso aí. É é bom mesmo.

Tiago: É quase um trava língua…

Carol: A melhor coisa de ser paraense e não morar no Pará a vida toda é que eu posso falar ao mesmo tempo mal do Pará e não ser cancelada por isso porque eu sou paraense, entendeu?

Tiago: Bom, eu sei que Goiás e Pará tem um vínculo assim bem íntimo por motivos de Banda Calypso.

Luca: Verdade, Joelma é cidadã honorária goianiense.

Tiago: Foi um hit em Goiânia absurdo. O Calypso gravou DVD em Goiânia. A Joelma levou uma tamancada no show em Goiânia em 2005…

Carol: Eita! (risos).

Tiago: Foi uma coisa bem relevante.

(Transição)

Tiago: Na UFG, quando tinha as festas universitárias… eu lembro disso a última vez que eu fui numa festa universitária na UFG, 2019, novembro tocava funk e tal, não sei o que, que são bem como os mas tem momento sertanejo. E aí começou a tocar “Eu Sei de Cor”, da Mendonça. Aí todo mundo cantando em uníssono. Então assim, Goiás respira sertanejo. As pessoas podem negar, tem uma cena independente, tem o rock independente e tal, mas quando toca sertanejo todo mundo, mesmo quem não gosta sabe cantar todas as letras.

Luca: Eu não sei porque eu sou desligado, mas eu respeito quem canta, eu acho super legal.

Carol: Eu não sei letra de nenhuma música, nem das que eu gosto. Exceto do Saltimbancos. Eu sou maior fã…

Luca: Ah, é muito bom esse filme do trapalhões, né?

Tiago: Em Goiânia teve o espetáculo do Saltimbancos executado por autistas, pela galera do Naia. Naia, um beijo pra vocês. Vocês são fodas.

Carol: Quando eu era criança eu ouvia o CD do Saltimbancos todo dia. Tanto que meu CD está furado.

Tiago: Do Chico Buarque? A versão do Chico?

Carol: É. Do Chico Buarque. É aquela que é a melhor versão que, as músicas são só piano e as pessoas realmente interpretam a música, sabe? Tipo é só piano, só piano, essa é a melhor versão de Saltimbancos que já tem.

Tiago: Ah, quando eu era criança eu era ouvinte de música assim, mas eu via muita música religiosa por causa da minha origem evangélica. Mas eu gostava muito de Elton John. Nossa, “Skyline Pigeon”. Eu via de tudo, desde a década de 70 até os anos 80 do Elton John. Gosto muito.

Luca: Eu sei recitar de trás pra frente todas as falas do Lilo & Stitch de tantas as vezes que eu vi. Todas.

Carol: Eu tinha isso com aquele que eu já falei em outro episódio. Ela é o cara.

Tiago: Ela é o cara (risos).

Carol: Que ódio.

Luca: Eu fico muito assustado com quantas vezes você viu esse vídeo.

Tiago: 324.

Carol: É. Ah eu tenho ódio disso, meu Deus. É sério, eu via todo dia esse filme.

Luca: Eu acho isso impressionante, não tem porquê ter ódio.

Tiago: E sabe o que é o mais engraçado?

Carol: Oi.

Tiago: 324 é 18×18.

Carol: Que isso?

Luca: Por que você sabe disso?

Carol: (Risos)

Tiago: Porque eu gostava muito do número 17 e eu sabia que 17×17 era 289, 18×18 era 324, 19×19 é 361 e 20×20 é 400.

Carol: Eu falei nesse episódio que não era pra gente falar de matemática, porque senão a gente vai tá reforçando o estereótipo de autista que gosta de matemática. Então zero matemática nesse episódio.

Luca: Deixa eu te falar.

Tiago: É. Dane-se a matemática, foda-se a matemática.

Carol: Tem nada a ver com matemática.

Luca: Quando eu era pequeno, eu queria ser professor de matemática.

Carol: Mas então, eu falei nesse episódio que não queria nada a ver com matemática e é pra tu sair daqui.

Tiago: (Risos)

Luca: Perdão.

Carol: Tchau.

Tiago: (Risos)

(Vinheta)

Paulo: Estamos apresentando, Boteco do Introvertendo.

Pedro: Você acredita que Bill Gates, Messi, Billie Eilish e Zezé di Camargo sejam autistas? Você não precisa de provas, apenas convicções! Acesse nosso serviço especial de fake news inspiradoras sobre autismo e pegue a sua história inventada sobre um famoso. Aproveite!

(Trecho de Fake Amor – Melody)

Thaís: Olá, pessoal! Você também quer criar o seu podcast? Então confira 3 regras básicas: 1) Não pense que podcast é conversa de botequim; 2) Não beba durante as gravações; 3) Não defenda a criação de um Partido Nazista no Brasil. Essa última foi séria. Um beijo, galerinha!

(Vinheta)

Paulo: Voltamos a apresentar, Boteco do Introvertendo.

Luca: Eu aprendi na minha faculdade fisiologicamente o que causa ressaca. E pra você ouvinte que enfrenta muitos problemas de ressaca, faça o seguinte: essencialmente ressaca é seu corpo sem água, desidratação. Você quando bebe, faz muito xixi e não bebe água. Então sempre que você der você deve ter um copo de água do seu lado e beber muita água.

Tiago: É o que eu não estou fazendo (risos).

Luca: Pois é.

Carol: Hein, o Tiago foi embora porque ele quer ficar mais porre.

Luca: Não, ele vai pegar a água agora e ficou assustado. Ele foi pegar mais cachaça, esse safado.

Carol: (Risos)

Luca: Ouvintes, o seguinte: principalmente antes de você dormir você deve beber água porque a ressaca bate quando você acorda, o seu corpo estava desidratado…

Carol: Ei, mas olha aí deixa eu te falar. Olha isso aqui Tiago, corta. Não põe isso no episódio. Se tu botar eu vou falar mal de ti… Olha se, tu botar isso no episódio eu vou aí em Porto Alegre sei lá se é aí que tu mora, eu vou te dar uma paulada. É o seguinte:

(Beep)

Luca: Aos ouvintes, deixa eu fazer uma audiodescrição do que está rolando. O Tiago neste momento está segurando uma em cada mão, uma garrafa de vinho.

Tiago: Não, essa aqui é de vinho, mas tem água dentro na verdade, tá.

Luca: Ele está segurando uma garrafa com vinho e uma de cerveja na outra mão e revis… desculpa.

Carol: Revezando!

Tiago: Revezando!

Luca: Revezando as duas. Aí, uma hora ele dá um gole no vinho, uma hora na cerveja. Eu acho isso assustador porque o gosto dos dois é muito conflitante.

Tiago: Mas a garrafa de vinho tem água dentro, não é vinho.

Luca: Não, isso é um vinho.

Carol: Mas eu estou brava.

Luca: Não acreditem nele (risos).

(Transição)

Luca: Eu gosto muito de ver o vôlei de 4 em 4 anos e presenciar a evolução visual do Bruninho que eu acho ele muito gostoso. O filho do treinador, eu não sei o nome… (risos)

Carol: Eu não sei lá quem é esse Gruninho.

Luca: Eu não sei, ele parece a Suzane von Richthofen, só que homem.

Tiago: (Risos)

Carol: Olha, isso não vai entrar no podcast pelo amor de Deus.

Luca: (Risos)

Carol: Falar Richthofen é pedir cancelamento.

Luca: Eu não falei que eu apoio os atos da Suzane von Richthofen. Só que eu dei como referenciar o fato dele parecer com ela de barba.

Carol: Não tem nada a ver com a Suzane, mano.

Tiago: Pior que o olho parece.

Carol: Tem nada a ver. O olho é o olho ser de psicopata, é só isso, entendeu?

Tiago: Então (risos).

Carol: (Risos) Eu já parei de beber, tá?

(Transição)

Carol: Mas eu fico pensando. Teve um post que eu vi recentemente que é tipo assim: um pé de manga não dá jaca.

Tiago: Ainda bem, porque jaca é horrível. Desculpa (risos).

Carol: Ei, mentira! Não é horrível não.

Luca: O cheiro é horrível. Mas coxinha de jaca é muito bom.

Carol: Eu gosto de jaca. Se for suco de jaca…

Luca: Não.

Tiago: Ai, o cheiro é muito ruim.

Carol: (Risos) Não é tão ruim assim.

Luca: Coxinha e carne vegana de jaca é muito bom. Mas diga, mangueira não dá jaca. Diga.

Carol: Então, mangueira não dá jaca. E aí se for mangueira não dá jaca, faz sentido sim eu sou autista. E quer dizer que quem me gerou não tem vaca (risos).

Tiago: (Risos)

Luca: Não entendi o contexto, mas falou tudo linda (risos).

Carol: Não, mas assim, por exemplo, a pessoa que é autista e não tem suporte pode virar uma uma mangueira, entendeu? Uma mangueira abusiva. E aí, assim, a gente tem que desconstruir o fato de que quem é autista não é abusivo, pelo contrário.

Luca: Eu vou falar uma intimidade minha, perdão.

Carol: Fala aí, Luca.

Luca: Eu não recebo nenhum nude.

Tiago: Nossa, a Madre Teresa de Calcutá aí!

Carol: (Risos)

Luca: Exatamente. Ainda mais agora que eu tô tomando anti-depressivo, minha libido tá negativa, mas eu não recebo pelo simples motivo de que eu não consigo tirar fotos minhas nu.

Tiago: Pau mole, santidade, máxima.

Luca: Demais, pelos direitos dos homens brochas. Aí como eu não gosto de tirar foto nu, eu me sinto constrangido e desconfortável eu não não recebo notícia também, pô eu não quero eu não quero retribuir, então…

Tiago: Mas você pode mandar fotos do seu pau duro em outra época. Eles não precisam saber que o seu pau tá mole atualmente.

Luca: Não, mas eu não quero tirar foto, esse é o negócio. Eu poderia agora tirar uma foto que eu vou usar pra cinco anos, mas eu não estou muito afim.

Carol: Mas é o seguinte, é muito triste isso.

Luca: A Carol ela aparentemente quando está bêbada ela fica tão, tão…

Tiago: …intelectual

Luca: Intimidadoramente séria.

Carol: A minha namorada fala isso.

Luca: Pois eu fico muito impressionado, porque o meu QI vai caindo drasticamente e o da…

Tiago: …da Carol vai subindo (risos).

Luca: Pois é (risos).

Carol: Mas sabe por quê? É porque a minha namorada fala que eu tenho habilidades sociais, habilidades… como é o nome daquele negócio quando a pessoa é superdotada?

Tiago: É… QI, QI alto.

Carol: É, isso aí, ela fala isso mas eu fico puta porque significa que eu tenho um dever com a sociedade. Eu não gosto de ter isso.

Luca: Entendo.

Carol: Altas habilidades.

Tiago: Altas habilidades/superdotação.

Carol: Sim. Eu não gosto.

Tiago: Mas eu acho que você é inteligente pra caralho sim.

Carol: Mano, eu pass… (soluço).

Luca: Entrou na fase do soluço.

Carol: (Soluço)

Tiago: (Risos) Muito bom, muito bom.

Carol: (Soluço) Eu vou tomar água.

Luca: Beba água.

Carol: (Risos)

Tiago: Muito bom.

(Instrumental)

Davi: Olá, eu sou a voz da sua mente. E eu queria te passar uma curiosidade inútil. A diferença entre jacaré e crocodilo é que o jacaré tem o focinho largo e arredondado. E os crocodilos tem a cabeça mais afilada.

Luca: Inclusive, ó, ouvintes do podcast Introvertendo…

(Barulho de garrafa derrubada)

Luca: …que possuem menos de 18 anos e mais de 16. Tirem o seu título de eleitor e votem nessa eleição, isso é crucial.

Carol: (Soluço)

Luca: Você também que tem mais de 18 anos, vote nessa eleição também, tem um grande índice de abstenção.

Carol: (Soluço)

Luca: Obrigado pela atenção. A gente não vai conseguir tirar o bolsonarismo do mundo porque já foi um ponto de não-retorno…

Tiago: Mas a gente vai tirar pelo menos esse corno, brocha do caralho do lugar, esse otário, escroto, verme, lixo.

Carol: Ei, é o seguinte: o Bolsonaro não representa nada em favor da gente.

Luca: Bolsonaro, vai tomar no seu cu.

Tiago: É só a morte.

Carol: Ei, se você é pró causa autista e ainda sim é Bolsonaro, vai tomar no seu cu porque você está sendo manipulada.

Luca: Se você apoia literalmente qualquer minoria e apoia o Bolsonaro, isso é uma contradição ambulante.

Tiago: Desculpa interromper vocês, mas eu vi um grupo de autismo, um cara postando post falando que ele está namorando com a namorada dele há um ano e ele é fã do Bolsonaro, ele é filiado ao PL e a namorada dele odeia o Bolsonaro, é filiada ao PSOL e eles se amam. E eu vi aquilo e eu: “quê?” (risos).

Luca: Eu sinceramente não conseguiria. Eu tenho princípios: se a pessoa apoia o fascismo, esse é um dos meus primeiros princípios, não querer namorar com a pessoa.

Tiago: Gente, eu vou urinar no banheiro rapidamente, senão eu vou urinar nas calças. Volto já.

Luca: Destrói a porcelana, vamo lá Tiago.

Carol: A gente não quer que tu… irune… a personalidade.

Tiago: (Risos)

Luca: (Risos) Tu está bem, hein?

Tiago: Eu queria deixar uma pergunta pra vocês porque eu estou minimamente sóbrio. Enquanto eu vou indo no banheiro, pra vocês falarem qual episódio do podcast marcou vocês que seja legal que vocês tenham uma memória legal pra contar. Tá? Volto já.

(Vinheta)

Paulo: Estamos apresentando, Boteco do Introvertendo.

Michael: Ei, você, você mesmo. Você já teve problema com… gaivotas? Você sabia que elas podem transmitir doenças, roubar seu Mi Band, bater no seu filho, furtar seu sorvetinho e sua batata frita? Elas podem até mesmo destruir barcos. Você quer resolver esse problema? Você quer livrar-se desses ratos voadores? É muito simples!

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(Ruídos de gaivotas).

Michael: Atenção: O mau desse produto pode gerar, entre outros problemas: câncer do intestino, unha encravada, revolução das aves, problemas de conexão no seu celular, impotência sexual, aumento da frequência do seu dedo batendo na quininha da porta.

Otávio: O que faz um podcast ser um podcast? Narração? Debates? Temas? E se você conhecesse um podcast experimental, de vanguarda? Ouça o Podcast com Som, uma nova experiência do universo do Introvertendo.

(Vinheta)

Paulo: Voltamos a apresentar, Boteco do Introvertendo.

Carol: Não, pra mim é Mulheres Autistas.

Luca: Por quê? O que te marcou nele?

Carol: Porque existem coisas que são mulheres passam, entendeu? Por exemplo, o fato de ter que cuidar dos filhos, por exemplo, se eu preciso limprar as faldas, não necessariamente os homens precisam. Eu preciso. E eu não tenho filhos.

Luca: O meu acho que foi falando sobre a sexualidade. Foi a primeira vez que eu me assumi bissexual e foi publicamente, não foi algo que teve gigantesco impacto na minha vida, ninguém veio falar comigo depois sobre isso, mas ainda assim ter a segurança de conseguir falar sobre isso pra alguém já foi algo que mudou bastante a minha vida. E você Tiago, qual foi o episódio que te impactou?

Tiago: Ao longo desses quatro anos, o episódio mais importante pra mim… não que ele tenha sido o melhor, tá? Mas é o episódio que eu tenho mais carinho é o episódio 141 – Saudade. Porque ele é um episódio que eu acho que reflete muito a principal lacuna que o autismo deixou na minha vida… que o autismo deixou não, que a falta de saber sobre o autismo deixou na minha vida e que nunca vai mudar independentemente do que eu faça, que é de lembrar de coisas que aconteceram no meu passado que eu não tenho como mudar, como dificuldade de interação social, como vínculo de amigos. Essa coisa de não sentir saudade sobre momentos da minha vida.

E foi um episódio muito legal que eu gravei com o Michael. Foi um momento muito carinhoso entre eu e ele. E foi num momento meio zoado da minha vida, mas que hoje quando eu ouço o episódio sinto orgulho daquilo. E eu falo: “poxa, que coisa do coração, assim”. Sabe? Em todos esses anos de podcast, eu tenho muito receio de falar coisas da minha vida pessoal. E aí eu falo e depois na hora da edição eu corto. E esse episódio pra mim é legal, ele mora no meu coração, sabe?

Carol: Foda é isso. Porque o Tiago pode ser uma leitura externa sobre o compartilhamento de questões pessoais das outras pessoas, mas não dele mesmo porque ele que edita, entendeu?

Tiago: (Risos) Sou censor (barulho de corte).

Luca: É, o Tiago é quem decide tudo. “Ai, eu não sou dono do Introvertendo”, mas quem fala pelo Introvertendo é você.

Tiago: É porque vocês permitem. Você permitem. Se vocês…

Luca: O ditador surge da mesma maneira, Tiago.

Carol: Mas eu permito. A gente é que permite. Então eu permito porque confio no Tiago.

Luca: Abaixo a ditadura de Tiago Abreu.

Tiago: Ó, o coraçãozinho pra Carol. Meu amor pela Carol.

Carol: Assim que eu conheci o Introvertendo… assim, até hoje eu não entendo como tu permitiu que eu participasse, entendeu?

Tiago: Por que você é foda. Você enviou um e-mail longo e eu falei assim: “poxa, essa é a primeira pessoa desde a Thaís que manda um e-mail tão legal quanto, propõe um tema interessante”. Eu converso com a Carol pelo WhatsApp e falei: “essa menina parece legal, vou convidá-la como convidada”. Aí eu gravei com você e com o Willian. Aí você saiu da chamada, depois do final do episódio eu cheguei pro Willian e Willian: “qual foi sua impressão?”. “Ela é muito boa”. Eu falei: “exatamente! Vou testar ela, gravar ela com todo mundo e chamar ela pro podcast”. Foi assim que aconteceu.

Carol: Mas, mas é porque assim, eu fui genuína, entendeu? Porque eu fui realmente numa numa manifestação e eu percebi que por mais que eu acredite em todas essas coisas que dizem nas manifestações, o fato de eu ser autista não me permite me colocar nesse lugar, entendeu? Então eu acredito no fato de que as pessoas que são mulheres e autistas não conseguem se colocar nesse lugar. E eu falei pra ti. E tu acreditou.

Tiago: Sim, sim. E eu achei aquele tema muito original. Era uma coisa que ninguém tinha perguntado e ninguém tinha proposto. E eu lembrei de imediato de coisas da minha vida. Do meu período durante a universidade, sabe? Que eu tinha pé atrás com muitas coisas de movimentos sociais e não era postura conservadora e tal, mas é porque eu não eu não senti aquele espaço acessível pra mim. E eu acho que você reconheceu isso e e descreveu e eu falei: “isso é foda, isso é legal demais e eu quero essa menina no podcast”, entendeu? E aí rolou, deu certo (risos).

Carol: É porque assim eu sou muito esquerda. Eu sou muito de esquerda. O fato de eu não conseguir chegar ao auge desse ponto é porque eu sou autista, entendeu? E eu gostaria de ao mesmo tempo ser de esquerda e autista é porque a esquerda hoje em dia não é 100% acessível. Por isso que eu quis entrar no Introvertendo.

(Trilha sonora final)

Tiago: Então galera, seguinte. Introvertendo 4 anos. Eu poderia ser ousado, eu poderia ser humilde, ou tentar ser humilde e dizer que eu não imaginaria que a gente duraria quatro anos, mas eu estaria sendo um mentiroso de bosta. Eu imaginei sim que a gente ia durar todo esse tempo. Mas eu não imaginei que a gente ia durar recebendo tanto carinho das pessoas, com tanta gente mandando mensagem toda semana falando o quanto que a nossa produção foi importante. E eu acho que se a gente tivesse metade da ideia do quanto que o podcast é importante pra algumas pessoas a gente paralisaria e não conseguiria fazer nada. Eu acho que é isso, né? O importante na vida é você criar, produzir e sem ficar pensando muito em algumas coisas.

E eu queria mandar um um beijo de coração pra todo mundo que ouve a gente, pra todas as pessoas que mandam mensagem, pra todas as pessoas que todos os dias acompanham fielmente o nosso episódio. Apareceu lá na plataforma ouvir como se fosse um novo álbum, sabe? Aquela coisa bem bem fiel, assim.

Mas eu queria fazer um agradecimento pessoal aos meus colegas de trabalho da Superplayer & Co. Catharina Signorini, minha chefe. Gente boa demais. Sempre segura meus perrengues. Ela fez o roteiro do trailer do podcast, um coração pra você. Adriano Quadros, eu gosto demais de você, você é pica. Você salvou o meu mestrado. Se eu fosse falar as coisas que esse cara já fez, eu gosto demais dele.

E os dois que não estão envolvidos diretamente no Introvertendo, mas são gente boa demais. Camila Kellerman e Vinícius Hädrich. Gosto também demais. Show. Um abraço pra vocês. Um abraço à Superplayer & Co. Se não fosse eles, o podcast teria acabado há muito mais tempo. E a gente está aqui firme e forte e o podcast evoluiu muito de lá pra cá, todo mundo sabe, a qualidade do áudio, todo mundo aponta isso e eu queria fazer esse agradecimento. E agora eu vou deixar vocês agradecerem, entendeu? Um abraço a todos vocês, vocês são fodas.

Luca: Eu estava falando mais cedo hoje com a Carol que eu sempre fico surpreso de ver que o Introvertendo tem ouvintes. Porque aquele negócio: quando eu participo de alguma produção, OK. Isso vai sair ao mundo. Mas ver que as pessoas existem e escutam o Introvertendo é algo que me choca e, diferente do Tiago, eu sou humilde.

Carol: (Risos)

Luca: Então quando a gente iniciou esse projeto, eu de fato achava que teria grandes consequências. Eu achava que seria uma produção de fundo de quintal, de diversão da faculdade, e é isso. Então ver não só as consequências que houve, mas consequências positivas na vida de alguém que conseguiu transformar mesmo que a vida de uma só pessoa, pra mim é algo que me emociona. Cara, toda vez que eu leio algum e-mail que mandaram eu fico emocionado. Então esse tipo de consequência é algo que me deixa muito feliz.

E sinceramente, pro Luca de 16/17 anos que participou do início disso, isso é algo inimaginável, incalculável, todas as consequências que participar disso teve na minha vida, de autoconhecimento até certo orgulho. Então agora eu passo a palavra pra Carol antes que eu fique emocionado demais.

Tiago: Carol, de fã a podcaster.

Carol: Olha. A única coisa que me prendia a este mundo é o entendimento de que a minha existência fazia sentido para outra pessoa. Então, desde que eu participei do Introvertendo, não participou da minha mente… encerrar a minha existência nesse mundo. Então eu fico muito feliz de entender que o podcast ao mesmo tempo que contribuiu pra que eu continuasse vendendo… não vendendo, porque eu não estou querendo porra nenhuma! (risos)

Tiago: (Risos)

Carol: Mas vendendo a minha existência como contribuindo para que o mundo inteiro contribua pra que eu exista. E eu gostaria de contribuir para que você exista. E eu sei quão importante eu sou pra esse mundo. Mesmo que não seja tão importante assim, eu gosto de pensar que a sua existência é importante pra mim. Mesmo que você não saiba quem eu sou. Eu fico feliz de saber que a minha existência permitiu que você continuasse existindo. Então fico feliz de existir.

Eu já estive num momento muito ruim, eu pedi isso agora de entender que você existe. E se eu não tivesse participado do Introvertendo, talvez eu não existisse mais. E o Tiago é muito importante pra mim por causa disso, mesmo que ele não saiba disso.

Tiago: (Chorando) Obrigado. Você é foda, Carol.

Carol: (Chorando) Todos nós queremos não existir mais. Porque… o mundo é capacitista (chorando).

Tiago: Mas a gente ainda está aqui. É isso que importa.

Carol: Luca, tu é a pessoa que eu mais gosto de gravar.

Luca: Sério?

Carol: Sim.

Luca: Eu não sabia disso. Eu estou muito feliz com isso Carol, de verdade.

Carol: (Chorando) Eu acho que o que a gente está fazendo agora deve ser usado por um motivo: pra gente não deixar de existir.

Tiago: Com certeza.

Carol: Eu acho que se por algum motivo a gente querer não deixar de existir porque é normal ser autista e querendo não deixar mais de existir porque o mundo não permite que a gente exista (chorando). Eu não quero que você não exista mais (chorando).

Tiago: E a gente vai continuar aqui por mais de um ano de podcast existindo, do lado das pessoas, lançando episódios toda semana ou, no mais tardar, uma vez a cada duas semanas, diante das nossas dificuldades ou do que ocorrer e trazendo os temas que as pessoas pedem e recebendo o carinho da galera.

Carol: Porque eu acho que se a gente não continuar, do jeito que a gente continua, o mundo vai acabar. E literalmente vai acabar porque, enfim…

Luca: A gente vai continuar existindo mesmo quando o podcast já for uma ideia vencida.

Tiago: As pessoas vão continuar ouvindo, vão continuar se identificando.

Luca: Sim.

Tiago: A gente para, mas o negócio continua vivo (risos).

Luca: A morte do autor não significa a morte do projeto. Então o mesmo depois que eventualmente o podcast for uma mídia vencida todo o impacto que a gente teve na vida de outras pessoas e na vida de nós mesmos, ao decorrer do podcast, vai continuar ter existido. Então só de saber eu já fico feliz só de saber que pessoas que escutaram podcast de fato existem e a gente conseguiu pelo menos ajudar um pouco é algo que não vai deixar de existir nunca.

Tiago: E eu queria dizer que uma coisa que eu acho muito bonita agora que a gente está chegando ao final do episódio é que, quando eu pensei na pauta de autistas bêbados pra comemorar 4 anos, eu imaginava um um episódio a gente falando bobagem e eu acho que a gente nesse momento chegou um um momento de contemplação assim, sabe? de…

Luca: Ficamos poéticos.

Tiago: É, ficamos poéticos. Eu acho que essa é uma leveza… não querendo romantizar a bebida, tá gente? Pelo amor de Deus. Mas eu acho que a nossa conversa, a interação, a liberdade que a gente tem aqui agora, nos levou a um patamar de leveza que a gente não tinha alcançado ainda. E eu acho que isso reflete humanidade também, sabe?

Luca: Eu acho que também, Tiago, talvez é porque a gente raramente atualmente por conta da pandemia até, mas raramente tem a oportunidade de interagir de maneira tão livre, tão sem restrições.

Tiago: Sem pauta.

Luca: Não necessariamente por conta da pandemia ou por conta do álcool, mas sem nenhum tipo de pressão, a gente está conversando despretensiosamente e falando o que a gente sente. Então independente do álcool, eu sei que esta conversa seria algo agradável.

Tiago: E fazer qualquer fala nesse final de episódio seria pouco diante talvez do que muitas pessoas estejam pensando, então eu só queria agradecer o carinho de todos vocês e dizer que em breve tem episódio novo e a gente segue aqui com diretamente com vocês. Qualquer mensagem manda pra gente e sintam-se abraçados. Se você não gostar de abraço, ignore essa mensagem (risos).

Carol: (Risos)

Luca: (Risos)

Tiago: O Introvertendo volta em breve. Até mais.

Luca: Sinta-se querido.

(Fim do episódio)

Tiago: oirártnoc oa megasnem asse radnevsed uotnet rop !oditrevrep ues én ,rarucorp iof áj ?obaid o moc amac an tsacdop o uivuo áj êcov

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