Introvertendo 184 – Autismo e Atividades à Distância

Trabalhar e estudar à distância se tornou uma realidade para muitas pessoas a partir da pandemia de Covid-19, como é o caso de alguns autistas inseridos em trabalhos formais ou aulas em escolas. Neste episódio, nossos podcasters contam suas experiências com o trabalho e ensino remoto, pontos positivos e negativos, e possíveis relações com o autismo. Participam: Luca Nolasco, Otavio Crosara e Paulo Alarcón. Arte: Vin Lima.

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Transcrição do episódio

Luca: Sejam bem-vindos ao podcast Introvertendo. Eu sou o Luca Nolasco, vou apresentar dessa vez e hoje nós vamos falar sobre autismo e atividades a distância. Conosco nós temos aqui o Otavio Crosara.

Otavio: Boa noite ouvintes. Aqui quem fala é Otavio Crosara. Eu estou a 30 dias de formar.

Luca: E Paulo Alarcón.

Paulo: Oi pessoal, aqui é o Paulo Alarcón e toda a minha vida hoje é remota.

Luca: E hoje nós vamos discutir sobre os impactos das atividades remotas, principalmente depois da pandemia, como isso afeta nossas vidas ou não, depende de cada uma. O Introvertendo é um podcast feito por autistas e produzido pela Superplayer & Co.

Bloco geral de discussão

Luca: Primeira coisa, qual foi exatamente o primeiro contato com as atividades remotas que vocês tiveram? Cada um aqui tem uma bem diferente, então acho que seria uma disparidade interessante de se abordar.

Otavio: O interessante eu falei na minha apresentação que eu estou há trinta dias de formar, mas o meu primeiro contato com ensino remoto se eu não me engano foi como professor, não foi como aluno. Eu tinha uma aluna, uma senhora de idade que era depois de um tempo ela resolveu fazer um novo curso superior, ela morava em São Paulo e eu moro em Goiânia, o que aconteceu? Ela sabia que eu tinha feito um bom serviço ajudando a sobrinha dela a estudar, então ela me contratou pra que eu desse aulas particulares pra ela. Era uma plataforma exclusiva para ensino, não era Skype, não era Google Meet, não era serviço do Windows, era uma plataforma própria. Eu lembro que o aproveitamento na época era muito bom. Eu lembro que as aulas foram extremamente produtivas, o desenrolar da matéria era muito fluido e os resultados foram totalmente satisfatórios.

Paulo: Meu primeiro contato com a atividade remota foi fazendo alguns freelancers também de desenvolvimento de software. As aulas eram de programação e o desenvolvimento de software foi feito aí de forma com todo contato pela internet direto. Então negociei, comuniquei com com o cliente, tudo isso por mensagem, nunca vi o nome da nunca vi nada além do que o nome da pessoa e foi dessa forma. Eu já estava fazendo essas atividades aí ao longo de 2018, 2019, porém o meu trabalho era presencial. Outra coisa também que entrou no nos meus primeiros contatos com essa atividade remota foi o próprio podcast. Inclusive até hoje eu não conheço pessoalmente nenhum dos integrantes.

Otavio: Isso vai mudar. Vamos mudar isso, cara. Tô falando sério, realmente faz muito tempo que a gente não se encontra. Bora marcar mas isso. Mas fica para outro episódio. Então ouvinte, fique ligado.

Luca: Cara, é engraçado que a minha primeira atividade remota de trabalho ou estudo foi de fato gravar podcast. Nós gravávamos presencialmente no início, mas acabou que foram entrando pessoas além do círculo de Goiânia e era difícil gravar prejudicialmente e marcar isso, então acabamos por começar a gravar por Skype, por outras plataformas, de maneira que pudéssemos gravar cada um na sua casa, no seu próprio conforto. Mas com relação a estudos, foi só depois da pandemia. E sendo bem sincero eu não me adaptei muito bem não (risos). Na época eu tive muita dificuldade pra conseguir me adaptar com algumas coisas, mas isso nós vamos falar no futuro do episódio. O Otávio eu sei que ele está já em vias de terminar o seu curso e provavelmente muito ocupado com estudos e se envolvendo já com o trabalho. Mas e você Paulo, como você trabalha com relação ao home office?

Paulo: Houve agora desde o ano passado a transição total para esse regime de home office. Eu tive que fazer bastante adaptação. Já tinha minha casa e isso foi até uma coisa que eu conversei com a minha esposa recentemente é que a nossa casa era basicamente um dormitório. A gente teve que fazer uma série de mudanças aqui. Por exemplo, eu não tinha uma cadeira boa pra trabalhar, num primeiro momento, enquanto a gente não tinha muito recurso, a gente se virou comprando algumas almofadas para deixar a cadeira um pouco mais confortável, só mais recentemente que com uma ajuda da empresa que reembolsou boa parte do valor que eu comprei uma cadeira mais confortável, uma cadeira mais ergonômica pra trabalhar também, comprei aqueles apoios para pé, pra enfim, pra tentar manter a postura correta, teve um momento que investi também no ventilador antes do começo do verão pra não cozinhar aqui no quarto sem ar-condicionado e foi esse processo de transição que a gente passou. Também uma coisa que foi mudando também foi o entendimento na família quanto meu de que apesar de eu estar em casa no horário de trabalho eu tô trabalhando. Isso é uma coisa que pode confundir muita gente porque cê pensa que cê tá em casa, cê tá disponível. Mas não é o caso.

Luca: E você, Otávio? Eu imagino que no finalzinho do seu curso deve ter muita atividade já presencial de novo, mas como tem sido essa dualidade das atividades?

Otavio: No curso de medicina, nos últimos dois anos, nossas atividades são puramente estágio. Eu tive que resolver uma pendência no começo do ano passado, e no começo da pandemia eu resolvi pela internet. Eu sempre defendi fervorosamente o ensino a distância. Eu não acho que ele seja inferior ao ensino presencial, em certas circunstâncias, desde que ele seja feito corretamente. Mas no internato mesmo, devido a pandemia, nós tivemos uma leve restrição a nossa carga horária e ela tem sido complementada com atividades à distância e o rendimento não tem sido ruim, de forma alguma. Às vezes nós estamos cansados demais, às vezes os professores estão cansados demais e o rendimento não é bom nesse caso, mas seu rendimento à distância não vai ser bom porque os alunos ou professor está cansado, esse rendimento nessas circunstâncias também não seria bom numa aula presencial. A minha mãe passou integralmente para o regime a distância e ela tem comentado que o regime à distância tem as suas vantagens em relação ao presencial, mas ela também tem desvantagens. Um exemplo é que a minha mãe não sai mais de casa, mas uma uma ótima vantagem: ela não enfrenta mais trânsito das seis da manhã nem o trânsito das seis da tarde. E ela está em casa, ela está confortável. Eu, na minha opinião, observando a forma como minha mãe trabalha, eu acho que um regime misto seria uma ótima ideia, sabe? A pessoa comparecer um ou dois dias na semana no trabalho presencial e o resto do trabalho ser feito remotamente.

Paulo: Antes da pandemia já procurava oportunidades de trabalho remoto mesmo, mas ainda tinha um certo pé atrás com relação a isso. Com essa mudança foi bem menos traumática aí do que eu imaginava. Também esse ano eu comecei um doutorado, ainda não de forma oficial, mas estou cursando disciplina isolada no doutorado, o mesmo curso que eu fiz presencialmente no mestrado, a mesma instituição. Apesar de não ser uma um curso realmente focado no ensino à distância, tem sido pelo menos pra mim benéfico. Essa transição entre trabalho e estudo ficou muito mais rápido do que ter que atravessar a cidade para ir de um pro outro ou no caso da empresa que eu trabalho, que é sediada em São Paulo capital. A instituição onde eu faço doutorado fica em São José dos Campos, então seria um deslocamento muito maior (risos).

Luca: A minha experiência, transicionando, foi um pouco truculenta. Porque eu tinha acabado de entrar na faculdade, animado, super contente e imerso no ambiente e do nada veio aquele balde de água fria de que a universidade fechou e não tem ideia de quando vai abrir, ficou seis meses com a universidade fechada por conta da pandemia e aí decidiram que ia ter um regime emergencial online. Como o nome “emergencial” dá a entender, foi algo feito às pressas, portanto não foi algo muito bem planejado sobre seria a carga horária, pelo menos pro meu curso acabou sendo um pouco apressado isso. Como seria a carga horária das aulas, como seriam as atividades síncronas e assíncronas. Então, todo esse choque pra mim foi muito desgastante emocionalmente. E isso acaba entrando já no no próximo tópico que eu vou trazer que é como que a atuação remota afetou a gente, porque no meu caso eu já tava num episódio depressivo um pouco ruim e isso foi o pontapé final para eu de fato entrar na espiral de depressão. Eu tive que trancar meu curso, eu tava bem ruim e tirei o semestre inteiro pra fazer terapia, pra tomar remédio, pra melhorar e agora eu tô bem. Mas foi uma coisa muito corrida pra mim, porque eu nunca tive um computador e do nada eu tive que comprar um pra ter aula. Eu nunca tive um quarto só meu e do nada eu tive que arranjar algum lugar na minha casa pra ter aula. Então tudo pra mim mudou muito de uma vez só e eu não sei se eu estava muito preparado para uma experiência assim. Como foi pra vocês dois essa mudança para atuação remota? Pra vocês foi algo que melhorou muito a qualidade de vida, piorou? No caso do Paulo ele já comentou sobre a casa dele que agora ele passa a ficar mais em casa, então suponho que seja algo bom. Como foi aí Paulo?

Paulo: Uma coisa que tava acontecendo até um pouco antes da pandemia eu tava entrando num período de depressão mesmo. Eu já estava experimentando aqueles efeitos de falta de vontade de fazer as coisas e muito disso vendo em retrospecto porque desde lá minha toda a minha medicação não mudou se deve muito ao ambiente que eu tava de atuação presencial, principalmente. Foi muita reunião, eu tinha muita ressaca social, sabe? De me sentir esgotado por conta de longas reuniões, de muito contato interpessoal. Hoje eu tenho mais tempo com a minha esposa, com meus bichos. Tenho mais contato com eles, acompanho melhor tudo que está acontecendo. Antes eu tinha que acordar cinco horas da manhã pra sair seis horas da manhã de casa pra chegar no trabalho, na cidade vizinha, hoje eu consigo acordar oito da manhã e ainda não tô atrasado pra ir pro trabalho. Nesse ponto é muito benéfico.

Otavio: Eu concordo, porque minha família não tá gastando de gasolina, não é brincadeira. Ainda mais com a gasolina neste preço.

Luca: É um pouco engraçado pra mim que no espaço de um ano da pandemia, minha vida mudou completamente que agora o meu tá morando na minha casa também, então agora eu tenho um carro em casa. Só que eu não tenho carteira de motorista e nem porquê sair de casa. Pra vocês, então, no final das contas, fazendo a somatória aí de dedo, vocês veem mais vantagens ou desvantagens em ter que atuar nesse sistema remoto?

Otavio: Mais vantagens, mas porém o ensino remoto precisa de certas certas necessidades. Se você quiser que o ensino remoto tenha um rendimento satisfatório, essas necessidades têm que ser cumpridas.

Paulo: Pra mim teve bastante vantagem. Mas isso em alguns momentos eu realmente sinto falta da questão presencial. Principalmente as horas de almoço e as horas do cafezinho. Nesse período aí eu mudei de empresa, tive colegas que mudaram de ambas as empresas que eu trabalhei. E não teve como ter uma uma despedida apropriada. Era comum ir num restaurante mais legal pra comer, quando tinha as metas de entrega do projeto, que aí a liderança chamava todo mundo pra levar num restaurante ali mais chique pago pela empresa, isso não teve mais. Apesar de receber uns vouchers de iFood nessas situações, não teve mais essas essas comemorações que eram presenciais. Porém, por outro lado, aquilo que eu falei antes, né, o estímulo, principalmente esse contato intenso com pessoas, imagina você preso num ali numa sala aberta com mais de cem pessoas divididas ali em várias mesas, isso é particularmente ruim pra mim. Ainda mais quando tem muita gente chamando. É muito mais fácil ignorar uma pessoa quando você tá com muita atividade e quando essa pessoa te chama pro chat e não vem tocar aqui no seu ombro e pedir ajuda. O que não quer dizer que eu não ajude as pessoas, mas tem hora que a gente precisa focar mais na nossa atividade e depois no momento oportuno que vai ver essas ajudas aos outros. Outra coisa que eu que eu tenho conseguido é montar um ambiente otimizado pra mim, um ambiente de trabalho que eu que eu me sinto confortável de trabalhar. Às vezes você fica preso numa empresa ali que os recursos que ela oferece não são necessariamente os melhores para suas necessidades. Às vezes pode ser um ambiente muito iluminado, um pouco iluminado, pode ser um um monitor que é mais baixo do que deveria ser, de repente, um ambiente mais frio, muito mais quente do que do que você gosta de trabalhar. Quando você está em casa você tem condições de definir isso. Eu já passei por muitas empresas onde havia literalmente a guerra do ar condicionado. Existiam pessoas que reclamavam que o ar-condicionado tava muito quente e outras que reclamavam que tava muito frio e nunca chegava a um acordo. Chegou ao ponto de quebrar o ar-condicionado por conta disso, de mexer sem muito critério. Enfim, aí todo mundo ficou sem ar-condicionado e ferrou todo o trabalho.

Luca: Definitivamente você poder moldar o seu ambiente pros seus requerimentos é muito bom porque a gente como autista acaba às vezes tendo necessidades e preferências que tendem a ser um pouco diferentes de outras pessoas. Por exemplo, pode ser que você prefira um ambiente muito mais quieto onde se você estivesse trabalhando com outras pessoas poderia não haver isso, poderia ter outras pessoas conversando ou coisas assim. Qualquer tipo de preferência sua na sua casa é muito mais fácil você definir do que estando num ambiente compartilhado. Então esse é definitivamente um ponto positivo de se trabalhar em casa. E pra você Otávio, você acaba preferindo presencial, remoto, como seria?

Otavio: Depende demais, depende de qual é a matéria, de qual é o conteúdo, depende o quão bom é o professor para o ensino remoto, porque a forma como você prepara a aula pra o ensino remoto eu acho que ela tem que ser diferente como você prepara pra um ensino presencial. No ensino remoto muito daquela parte subjetiva da comunicação não verbal tudo isso no ensino presencial é bem presente. Isso ajuda com que o professor mantenha a atenção dos alunos e isso não acontece no remoto. No remoto, uma expressão que eu gosto muito é: no ensino remoto corta-se muito a gordura da aula presencial. Então o professor tem que ser mais direto e a forma como os slides muitas vezes são organizados são um pouco diferentes. Os slides também têm que ser adaptados. E é claro, tem certas matérias, tem certos conteúdos, que eles sempre necessitarão de ocorrer presencialmente, entendeu?

Paulo: Sim, com certeza, principalmente quando se fala de uma atividade mais de laboratório, mais experimental, que você não tem como ficar a distância ou algo que realmente precise de uma atuação rápida.

Luca: No final das contas, a minha avaliação da minha experiência infelizmente acabou sendo negativa, mas eu não sei dizer se o meu julgamento é enviesado porque eu estava num período muito ruim ou se a minha experiência por si foi ruim. Mas eu sei dizer que eu tenho muito mais facilidade com atividades presenciais porque eu tenho uma tendência a desistir ou fugir do que eu tô trabalhando, do que eu tô estudando. Então quando eu já saí de casa, peguei três ônibus e tô quinze quilômetros de distância da minha casa, é muito mais difícil eu fugir do negócio e voltar pra minha cama pra dormir do que quando eu tô a quarenta centímetros da minha cama (risos). Então acaba que quando eu tô em casa eu preciso de muito mais força de vontade pra ficar numa posição de trabalho, não largar tudo e deitar na cama e fingir que não tá acontecendo, coisa que visivelmente eu tive certa dificuldade na primeira vez, mas vamos ver se eu consigo agora. Pra finalizar, gente, se vocês quiserem, óbvio, vamos terminar falando sobre dicas que vocês dariam para pessoas autistas que vão trabalhar ou já trabalham remotamente.

Otavio: Eu queria dar um uma opinião própria de alguém que está fazendo atividades práticas num tempo que muito menos gente está fazendo atividades práticas. Eu tenho observado, conversado com os alunos da minha faculdade de anos menores, que não estão tendo atividades práticas devido a pandemia. Eu acho que o que eu vou falar agora aplica-se a todo aluno de faculdade e a você também Luca em relação a atividades práticas. Se você está fazendo um curso que possui estágio eu digo pra você, não se preocupe com a falta de atividades práticas. Porque o seu estágio vai cobrir com sobra esta demanda sua. Eu falo isso porque na área da saúde tem muita atividade. Quem estiver na área da saúde pelo menos e sentir que está sendo prejudicado, vocês vão ter atividades práticas de sobra. Então não se preocupe pelo menos com isso, OK? É difícil você entrar no curso e fazer o começo do curso pelo computador, mas não quer dizer que por isso só você vai ter uma formação deficiente. Então aguentem só mais um pouco, gente.

Paulo: Algumas coisas que eu testei e fiz não vale a pena você trabalhar de cama e de sofá. Além de a médio e longo prazo você ter problemas posturais, é mais provável que você caia na questão da procrastinação e resolva dormir. É legal você ter um uma mesa ali separada só pra estudar. E se você deseja permanecer numa atuação remota, vale a pena investir em você mesmo. Você pode começar desde de lâmpada que você considere mais confortável para atuar até enfim coisas mais caras ali. E tentar ter o seu horário de começar e de encerrar o trabalho bastante definidos. Também você evita o risco de ou pegar trabalho demais ou trabalhar de menos também, tá? E finalmente, existe essa questão da falta de contato com outras pessoas e tendência de nós autistas a nos isolar. Nesse caso, principalmente em questão de chats, tentar ser mais presente e responder ou puxar assunto ou falar diretamente pessoa a pessoa com quem você precisa lidar. Isso são coisas que eu tenho testado e passei aí o que funciona e o que não funcionou pra mim.

Luca: Bom, e pra mim eu tenho duas dicas que funcionaram comigo até agora, pelo menos, se você tem a condição monetária confortável e suficiente pra fazer isso, por favor faça pro seu bem. A primeira é: se você não está se sentindo bem, se você está sentindo que tá se arrastando muito pra conseguir trabalhar ou estudar, procura terapia, porque você não vai conseguir manter essa situação por muito tempo. Eventualmente pode ser que desmorone tudo e a situação fique muito mais difícil pra você se recuperar depois. Então se você não está se sentindo muito bem durante esse período de isolamento, procure terapia, porque com certeza isso pode te ajudar. E a segunda parece tosca, mas é importante: procure uma cadeira confortável. Porque se você vai passar diversas horas ali, a cadeira que você usa pra tomar café, pra ficar na sala, geralmente não é a ideal. E se você desenvolve problemas de postura, problemas relacionados a isso, geralmente são bem difíceis de conviver. Então, o que eu posso dar de dica é isso.

Otavio: Eu gostaria de enfatizar o que o Luca acabou de falar, conforto nessa situação é tudo gente.

Paulo: Concordo plenamente.

Luca: Se você tem mais histórias pra compartilhar conosco ou quer falar com a gente, basta falar conosco pelas nossas redes sociais. Por enquanto o episódio é isso e até mais.

(Assinatura Superplayer & Co)

Luca: Agora eu vou pra parte de falar do site, de que é o principal podcast do Brasil. Eu odeio essa parte, mas é rapidinho.

Otavio: Realmente, porque o Introvertendo é o maior podcast nacional.

Luca: (Risos) é… (Tosse) ô caralho!

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Equipe Introvertendo Escrito por: