Introvertendo 17 – Indicações Musicais

Prepare seu fone de ouvido porque hoje é dia de música. Num formato diferente e mais individual, cada membro do podcast participante conta suas paixões com relação a música, artistas e álbuns favoritos. E, além disso, vão fazer suas recomendações. Com isso, você vai descobrir hits, músicas Lado B, mas com certeza algo que pode se tornar parte da trilha-sonora da sua vida.

Participam desse episódio Luca Nolasco, Marcos Carnielo NetoMichael Ulian e Tiago Abreu.

Links e informações úteis

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Transcrição do episódio

Tiago: Um olá pra você que escuta o podcast Introvertendo, este podcast que é feito para neurotípicos, neurodiversos, pessoas que gostam de música e pessoas também que são indiferentes a isso. E hoje nós vamos falar sobre indicações musicais. Este episódio, na verdade, testa um formato diferente aqui no nosso podcast que é o seguinte: cada bloco vai ter a participação de um dos nossos membros do Introvertendo que vão por protagonismo indicar suas músicas favoritas, suas bandas, seus principais artistas e falar da relação que eles possuem com música. Eu particularmente, meu nome é Tiago Abreu, como vocês sabem, não vou falar detalhadamente sobre os meus gostos musicais, mas no texto deste podcast que está lá no nosso site você vai poder ver tanto a minha playlist de músicas, quanto as dos meus colegas falando quais são os artistas, quais os músicos que eles mais gostam. E está no ar com vocês o episódio de indicações musicais do Introvertendo.

Bloco geral de discussão

Marcos: Oi pessoal, eu sou o Marcos, e hoje eu vou falar da minha relação musical. Eu acho que todos os aspies que eu conheço tem uma conexão muito forte com a música e tem a tendência de escutar bastante música. Eu acho que isso a maioria das pessoas que eu conheço também gosta bastante de música, mas eu acho que a relação do aspie com a música é ainda mais forte do que a da maioria das pessoas. Porque eu acho que a música é um jeito do aspie fugir, de se retrair pro mundo dele, se isolar um pouco das pessoas e nesse tempo você estimula seu cérebro. E tem a questão também de fluxo musical, o jeito que as notas são organizadas e tudo é de uma forma com padrão definido, eu acho que é isso que atrai tanta gente na música, nosso vício por padrões e se inclui também padrões musicais, padrões sonoros. Eu acho que é uma justificativa pra gente gostar tanto de música. No meu caso eu também não me apego ao que que é popular pra maioria das pessoas, eu não tenho medo de explorar todos os tipos de música, então eu ouço coisas bastante variadas então me tornei bastante eclético nos últimos anos, então eu ouço desde pop eletrônico obscuro pra música pop dos anos 80 e 90, indie pra dreampop. Hoje em dia ouço muita coisa moderna e música clássica também, principalmente a música russa que eu também gosto bastante. Música eletrônica e todo tipo de música experimental que tem algum tipo de som diferente, porque música eu acho que é uma coisa também muito legal que você sempre pode criar. Sempre tem alguma coisa nova, infinitas combinações de sons diferentes que você pode usar. Então você sempre pode criar alguma coisa nova com a música e sempre tem algum artista novo ou descobrir alguma coisa antiga nova que tem um som diferente, tipo o álbum novo da Bjork que ela lançou, que ela colocou sons de animais aqui do Cerrado daqui da América do Sul nas músicas. Eu achei isso tão brilhante, eu apaixonei no álbum novo da Bjork, eu recomendo bastante que é o Utopia. Apesar de no meu caso eu também ter a tendência de preferir mais instrumental do que vocais. Não que eu não ouça vocais, mas a minha tendência, a minha preferência é mais música instrumental, mais sons mesmo. Eu acho que isso é uma tendência minha aspie de não gostar de humanos. Eu estava pensando nisso, vindo pra cá (risos). Humanos são chatos, a maior parte. Eu eu vou dar umas recomendações bem variadas pra você sair explorando o que eu ouço que é começando com o álbum da Bjork que eu falei, o Utopia, acho que é um algo que vale a pena, pior que tem bastante música interessante e eu gosto do conflito entre os vocais dela e o instrumentais que às vezes são coisas que não tem nada a ver, mas é maravilhoso o jeito que ela explora. A música clássica russa eu recomendo bastante, Prokofiev, Shostakovitch e Rachmaninoff, eles têm uma tendência de se fazer música bem melancólica, pra aquelas pessoas que ficam sempre na deprê, tipo algumas pessoas aqui, a música clássica russa é uma forma de expressar o sentimento. Dreampop eu também adoro dreampop, você é um estilo bem relaxado e com sintetizadores, então Beach House é o que eu recomendo bastante. Os vocais não são do tipo que agradariam todo mundo, mas eu acho o Beach House uma banda que marcou muito minha vida, então eu recomendo bastante, eu adoro todos os álbuns que eles lançaram. Beach Fossils também é uma coisa bem legal, assim como DIIV, se você for explorar o gênero, cê vai acabar encontrando esses artistas, bem recomendo e música de videogame também eu adoro Disasterpeace, ele é um cara que faz música com e-bits, sintetizadores, com aquela vibe de videogame, eu também adoro as músicas dele. Inclusive ele lançou um álbum uma trilha sonora pra um filme, que a maioria das pessoas gostou do filme por causa da música. Então eu acho que vale a pena conferir. Radiohead, de novo para os deprimidos aí de plantão (risos). Eu acho que eles tem álbuns que variam bastante de estilo um pro outro, então você todo tipo de exploração musical pra encontrar em Radiohead. Eu gosto da maioria, mas o Tiago discorda que de mim.

Tiago: Eu acho que eles às vezes eles fazem um discos que são sequências dos anteriores, por exemplo, In Rainbows é muito bom. King of Limbs é uma porcaria.

Marcos: Não tão bom quanto os outros, mas com certeza. Agora o último que eles lançaram, esse foi o único que realmente eu não gostei, porque eles mudaram de estilo completamente.

Tiago: Tem uma banda que eu gosto muito, que é o Manic Street Preachers e o Radiohead fez uma um cover de uma música dos Manics em 2000, na época do Kid A e o Thom Yorke destruiu a música dos Manics por causa da voz (risos).

Marcos: Ai ai, mas falando em bandas também eu também gosto de estourar bandas antigas, tipo música dos anos 80 é bem legal porque o pop daquela época, diferente de hoje, ele era mais dançante mais vibrante eu acho que a música era feita pra ser mais alegre. Hoje em dia parece que a música pop achou uma fórmula de vender pras massas e acabou a criatividade que tinha antes na música pop. Então, eu acho que a música pop dos anos 90 pra baixo era muito criativa, então tem muita coisa que dá pra conferir. Cê fala, ah, “música pop hoje em dia não presta”, não presta mesmo. Não recomendo. Você ver sempre os mesmos sonhos, nas músicas, mesmo tipos de vocais, o estilo que não muda mais. Parece que indústria finalmente achou a fórmula que vende pras massas e agora num tem mais artistas que quebram esse molde. Eu acho que o último que eu gostei de pop que foi um pouquinho diferente foi Lady Gaga, mas mesmo assim ainda não chega a ser tão diferente. Apesar que ela mudou bastante com o Joanne. Arctic Monkeys eu não gosto do rumo novo que eles tomaram, mas os álbuns antigos deles eram bem legais, então eu ainda recomendo os antigos. Os antigos. AM não mesmo. Pra fechar com chave ouro, pra quem quer explorar mesmo, músicas de dragqueens, quem assiste RuPaul’s conhece bastante coisa de drags que é bem legal, bem thrash mesmo e eu recomendo só pra pra quem gosta de coisa thrash mesmo.

Tiago: Cê falando de música de drag então você gosta de Pabllo Vittar?

Marcos: Exceto Pabllo Vittar porque a música dele não é drag, é o estilo brasileiro nortista. É, do Pará, é aquela influência paraense, então a música dele não é bem drag. Ele é um cantor que faz drag como forma de atenção, então não diria que a música dele é o estilo que o Spotify classifica como drag queens.

Tiago: E agora estou com o Michael Ulian em mais um bloco do Introvertendo pra falar sobre música, pra falar sobre indicações musicais e com ele agora a palavra do que ele gosta de ouvir ,daquilo que fez parte da trilha sonora da vida dele.

Michael: Michael é o caralho, meu nome é Major Tom e centro de controle pro Major Tom.

Tiago: (Risos) Você gosta então muito de David Bowie.

Michael: Na verdade eu sou daqueles que conheceu o David Bowie quando ele morreu.

Tiago: Poxa, eu e o Luca falávamos tanto de Bowie antes dele morrer.

Michael: Eu acho que eu não conhecia vocês antes dele morrer.

Tiago: Ah é verdade, ele morreu no início de 2016, mas enfim, o que você gosta mais da obra dele ou de outros artistas?

Michael: É, na verdade, ele mais essas duas músicas que tem essa temática de espaço. Também.

Tiago: Life on Mars?

Michael: Exatamente.

Tiago: Então você gosta do Bowie dos anos sessenta, setenta e tal. Você não gosta do Bowie da cocaína e da loucura.

Michael: (Risos) O negócio, eu tenho uma cultura musical nula, eu provavelmente nunca ouvi um álbum inteiro de ninguém, salvo a trilha sonora do primeiro Jurassic Park, eu nunca ouvi um álbum inteiro. E OST de anime é melhor qualquer coisa que existe no cenário musical hoje. Coisas boas que ainda existem: Gorillaz.

Tiago: Você nunca ouviu um álbum no Gorillaz inteiro?

Michael: Pior que não, já ouvi mais da metade do Plastic Beach, mas assim o álbum inteiro não.

Tiago: Que fã é esse que nunca ouviu o álbum inteiro da banda favorita?

Michael: (Risos) Eu tenho uma cultura musical extremamente pobre.

Tiago: Mas o Gorillaz em si, o que que você mais gostou? Porque agora eles lançaram um novo álbum, inclusive.

Michael: Eu prefiro, como todo mundo, Gorillaz nas primeiras duas fases, aquela parte clássica de até Clint Eastwood até Fell Good Inc., gosto um pouquinho de Plastic Beach assim, só que já começa um pouco fora do que eu acho da hora. Tem uma ou outra música legal no álbum e os últimos dois álbuns foram bem chatinhos na verdade.

Tiago: O Humanz e esse novo agora?

Michael: Não. O The Fall que todo mundo esquece que existe porque é ruim (risos).

Tiago: E o qual seria o outro então, no caso, o Humanz?

Michael: O Humanz também eu achei meio fraco, teve quase nada de Gorillaz, foi basicamente um álbum pra mostrar outros artistas e bem, eles estão se redimindo dessa vez [no The Now Now], tem muito vocal próprio do Gorillaz nesse próximo álbum.

Tiago: O Damon Albarn tá arrebentando aí de novo na autoralidade. Embora você seja um cara que não conheça o do Damon do Blur e de outras coisas.

Michael: Blur eu só conheço Song 2 mesmo e foda-se.

Tiago: Então agora é o momento de você citar assim tipo bem grande vários nomes de uma vez.

Michael: Vamos começar pela parte legal que é power metal voltado pra história que é o mais simples que tem duas bandas que fazem isso que é o Sabaton, que é uma banda sueca, e o Armada que é uma banda brasileira. Juntar rock pesado com história, não tem como dar errado isso. E são totalmente voltados pra eventos históricos mais precisamente militares então. E fica uma combinação muito boa. Pouquinho de Dark Country, que é bom pra caralho também, country velho tipo Johnny Cash é bom. Não dá pra falar de Johnny Cash sem falar de Hurt, não dá pra falar de sem falar de Hurt sem falar de Sound of Silence.

Tiago: Tá, mas você sabe que Hurt é do Nine Inch Nails?

Michael: Sim, eu também amo a versão original dela, a versão deles mesmo com todo aquele bug auditivo que eles colocam. É extremamente edge mas é bom, é legal. Você me lembra daí a versão do Sound of Silence do Disturbed, que vai nessa vibe mais meio rock industrial mesmo. Eu não tenho orgulho de admitir isso, mas eu gosto de Twenty One Pilots. No geral odeio música eletrônica mas é legalzinho, dá pra passar o tempo. Qualquer trilha sonora do John Williams já é melhor do que metade das recomendações que eu dei aqui.

Tiago: De quais filmes basicamente? Ele participou que ele participou de um monte, mas quais deles especificamente?

Michael: A gente pode citar Jurrassic Park, Jurassic Park e também Jurrassic Park. Tubarão.

Luca: Oi, eu sou o Luca Nolasco, e infelizmente meu gosto musical ainda é muito voltado a músicas tristes. De indicações musicais e até falando mesmo do meu próprio gosto musical, eu gostaria muito de falar o quanto eu gosto de Talking Heads, que é uma banda que não é muito boa. Pra ser sincero, realmente não é muito boa. Mas eu gosto muito dela, ela tem muitos aspectos ali de músicas dos anos 80, então tem muita bateria eletrônica, tem muita coisa eletrônica em si, mas como estilo musical por si eu acho que muito boa banda e tem álbuns muito concisos, sabe? Os álbuns do Talking Heads, por mais ruins que alguns possam ser, eles têm um tema e seguem o tema durante todo o álbum. Eu gosto muito disso desse tipo de coisa. Enfim, queria muito indicar pra que todo mundo escutasse a música Road to Nowhere, do álbum Little Creatures. É da melhor fase da banda na minha opinião e na opinião de diversas pessoas e é uma música que reflete muito minha época de 15, 16 anos que eu escutava muito ela, me sentia muito sem rumo e infelizmente reflete muito disso. Mas se você for otimista ela reflete o contrário. Além disso eu queria falar um pouco de algumas músicas nada a ver que eu percebi que tinha na minha playlist. Vão desde Anunciação de Alceu Valença até Death Grips e Pink Floyd, Mike Oldfield, tem diversas coisas que não tem nada a ver uma com a outra. Eu gosto desse tipo de contraste até porque eu sempre escuto música no aleatório, mas pra quem quer músicas mais calmas e ambientes e eu recomendo muito Tubular Bells, parte 1, do Mike Oldfield, o comecinho da música foi usada no filme O Exorcista então os primeiros minutos pra algumas pessoas pode ser podem ser bem perturbadores da primeira parte, porque é uma música bem estranha e que ficou muito marcada pelo filme, mas depois de alguns minutos a música teve 20, então tem muitos minutos pra escutar, ela muda completamente, toma um ritmo que eu gosto bastante e ela faz outra coisa que eu gosto mais que o Mike Oldfield, que é o criador da música, ele vai anunciando instrumentos e eles vão entrando na na melodia. Então ele fala grand piano aí entra o piano e fala guitarra distorcida e entra guitarra distorcida. Eu gosto muito dessas coisas e no final termina com o sino tubular, que é um instrumento muito peculiar. Eu vou deixar com o Tiago 25 das músicas que eu mais gosto que eu acredito que elas refletem muito sobre a minha personalidade, meus gostos e muitos meus pensamentos até espero que elas sejam muito claras sobre este tipo pra quem tem interesse, vai tá lá no site. Muito obrigado por escutar isso e eu agradeço por toda essa atenção que vocês dão.

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Equipe Introvertendo Escrito por: