Introvertendo 11 – Copa do Mundo

Hoje temos oitavas de final da Copa do Mundo de 2018 para o Brasil. E, para comemorar esta época, nossos podcasters abordam suas relações com o futebol, as copas de 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014 e, claro, nossas expectativas com relação ao torneio atual que pode nos levar ao hexacampeonato. Dê um play, concentre-se como Tite, fique pistola como nosso Canarinho ao relembrar do 7 a 1, mas relembre dos sucessos que fizeram nossa alegria nas últimas competições.

Participam desse episódio Letícia Lyns e Tiago Abreu.

Links e informações úteis

Para saber quais as músicas que aparecem em episódios do Introvertendo, acesse nossa playlist no Spotify. Siga o nosso perfil e acompanhe as nossas playlists com episódios de podcasts.

Para nos enviar sugestões de temas, críticas, mensagens em geral, utilize o email ouvinte@introvertendo.com.br, ou a seção de comentários deste post.

Caso você utilize o iTunes, assine nosso podcast lá por meio deste link.

*

Transcrição do episódio

Tiago: Este episódio foi gravado em 28 de junho de 2018, antes das oitavas de final da Copa da Rússia. Assim, não nos responsabilizamos por qualquer vexame da seleção ou bizarrice ocorrida no futuro.

(Abertura)

Tiago: Um olá pra você que escuta o podcast Introvertendo, este é um podcast feito para neurotípicos e neurodiversos, pessoas que amam esportes e que também detestam e hoje nós vamos falar sobre Copa, futebol e uma série de coisas, falar sobre essa galerinha maravilhosa que está aí no no campo trabalhando. Meu nome é Tiago Abreu e eu lembro da cabeçada do Zidane na copa de 2006.

Leticia: Meu nome é Letícia Lins e eu só queria dizer que: México bateu de 3 na Alemanha, Suécia 2 a 1, Coréia, 2 a 0. Eu acho que o 7×1 foi bem resolvido aí, cê não acha não Tiago?

Tiago: É, Alemanha de fora, inclusive com uma final bem legal aí nos acréscimos com a Coreia. Coreia jogou pra caramba, errou muito, mas botou raça no jogo e hoje nós vamos falar não só sobre a Copa do Mundo, mas também a nossa relação com o futebol ao longo da nossa vida. Com vocês, mais no episódio do introvertido.

Bloco geral de discussão

Leticia: Quando eu era criança, tipo dos meus 8 até os meus 15 anos de idade, a minha família, principalmente a minha mãe, costumavam muito me chamar de “menina macha”, sabe? Tipo, zoavam muito com a minha cara porque eu morava num prédio que tinha quadra e aí eu sempre brigava com a minha mãe pra eu descer pra jogar bola. E aí eu tinha que chorar falando que eu ia descer pro parquinho, que eu ia brincar com meus amigos em baixo, mas eu ia jogar bola. E ela não gostava muito, ela falava que era coisa de menino e tal. Eu mudei do prédio, fui morar em outro prédio que não tinha quadra. Aí eu falei: “fodeu, né?”. A coisa mais divertida que eu fazia era jogar bola com um monte de meninos e era só eu de menina lá no meio daquele monte de macho. Eu comecei a brincar com os meninos do prédio e a gente começou a jogar bola no estacionamento do Shopping Flamboyant, que na época não era estacionamento ainda, aí depois eu comecei a ir nos fins de semana, assim, sempre que eu podia, eu tava lá no prédio porque a casa da minha vó ficava de frente, a minha madrinha mora no prédio. E os meus amigos estavam todos lá no prédio, no prédio que tem quadra, eu tô falando. É o prédio fica em frente a minha casa hoje por causa que eu mudei pra uma casa depois em frente a esse prédio, que é a casa dos meus avós. E aí eu sempre brincava com os meninos e tinha um apelido lá não vou lembrar agora, mas eu quebrava a canela de todo mundo assim entre aspas. Mas eu vivia chutando a canela deles, então sempre me colocavam como zagueira ou ficava no gol, que fazia menos estrago no gol. E aí eu lembro o primeiro gol que eu fiz naquela quadra e eu lembro que eu gritei que nem uma louca, porque eu era a única menina no meio daquele tanto de macho, eu fiz um gol naqueles machos, nossa cara, fiquei me sentindo. E aí eu tive um namoradinho também na época e ele era tipo 2 metros de altura e eu baixinha e aí jogava com ele e tal. Então eu sempre gostei muito assim de jogar e tal. Depois eu perdi o jeito, eu nunca fui boa assim, eu falei que eu gostei, em momento algum falei que eu era boa, mas eu gostava muito. Eu tenho um tio que ele já foi técnico, time de sub-17, sub-15, coisas assim, ele jogou no Goiás há muito tempo e hoje ele é assistente técnico, assistente dos técnicos e ele já foi de vários times assim atualmente ele tá em Santa Catarina, não tenho certeza de qual o time que ele tá agora. Então, assim, a minha relação com o futebol sempre foi muito perto, sempre foi perto e nunca foi distante. Parei porque eu fui crescendo, aí peito vai crescendo, aí cê não quer que os peito fique caído, aí o povo começa a falar, e a gente vai ficando sem graça e tal e aí parei, né? Mas eu sou assim: a cada quatro anos eu sou fanática por futebol, se é que vocês me entendem, porque chega a época de Copa e cara do céu, é só o que rola assim pra mim, e quando sai o Brasil tipo o 7×1 por exemplo, aí eu sempre torço pra quem é daqui da América do Sul e tal. E agora eu tô meio dividida, cara, porque o próximo jogo é Brasil e México e eu tô tipo assim: “fodeu!”. Porque eu gosto dos dois (risos). Chaves versus Os Trapalhões. Rebelde brasileiro versus RBT mexicano, não sei pra que que eu vou torcer. Não, né, lógico vou torcer pro Brasil pra ver se a gente para de pagar mico e porque eu acho que foi bem foi bem vingado aí o 7×1 da Alemanha no ano passado, foi bem vingado do nosso jeitinho, foi picado, mas saiu sete a um na Alemanha contra a Alemanha no caso, agora. Eu achava que eu era uma pessoa que não entendia nada de futebol, cara, mas até o nome da bola da Copa desse ano eu sei e eu tenho certeza que você não sabe, Tiago.

Tiago: Não sei, não sei (risos). Eu já via a bola e tudo mais, mas eu não corri atrás pra saber.

Leticia: Cê lembra de alguma?

Tiago: Sim, eu lembro da Jabulani.

Leticia: Só da Jabulani?

Tiago: Sim, só da Jabulani (risos).

Leticia: Não faz ideia de qual que era o nome na copa que foi aqui no Brasil?

Tiago: Não, não sei.

Leticia: Chuta, chuta. Pensa um pouco.

Tiago: Não, não sei. Eu sinceramente eu só lembro da Jabulani mesmo.

Leticia: Era Brazuca. Olha só que criativo. Super criativo, né? A copa foi no Brasil e vamos chamar a bola de Brazuca. Criatividade aí, vou te falar, viu? A bola deste ano chama Telstar 18, eu não lembro exatamente porque, mas eu sei que é homenagem a alguma coisa aí relacionada a Rússia, mas eu não lembro exatamente o que que é, mas é Telstar. Eu gostei mais dessa do que bem mais Brazuca, né gente? Pelo amor de Deus gente, vamos lá, brasileiro é criativo gente, vamos melhorar isso aí Brasil, por favor, é o país do futebol, por favor. Eu acho engraçado, tá? Eu falo muito, vocês já repararam, né? Ele entregou o microfone pra mim e dominei, hoje né? Um podcast que eu tenho certeza que vai ter um monte de gente que vai olhar o nome e vai esperar todos os meninos falando sobre, só que não, pegadinha do malandro pra vocês. Acho engraçado porque a gente passa o ano inteiro desunido e tipo durante uns quatro anos, né? Então assim, de quatro em quatro anos o Brasil parece que vira uma coisa só, todo mundo se une, todo mundo de verde e amarelo, todo mundo berrando. Eu acho lindo isso, eu amo, eu amo essa época, tipo pra mim tudo que junta as pessoas, junta as nações e faz os nossos corações baterem por uma coisa incomum e tal. Eu acho muito legal isso. Mas quem dera se a gente pegar esse espírito patriota do futebol, da Copa do Mundo, e colocasse pra vida todos os dias assim, né? Acho que quem sabe a gente não estaria com esse governo bosta que a gente tá hoje. Mas enfim, quem sabe o Neymar para presidente, não sei o que cê acha Tiago?

Tiago: Prefiro Coutinho como presidente (risos). A minha relação com o futebol era engraçada porque até os nove anos eu nunca tinha jogado futebol em escola e tudo mais. Estava em escola particular, minhas turmas eram pequenas, a turma que eu fiz o prezinho tinha seis alunos enquanto as outras turmas tinham vinte, trinta pessoas, era uma zebra que tinha e aí eu tinha uma sala que tinha de seis alunos, tinham três homens, três mulheres, um dos homens saiu, ficou só nós dois, eu e ele. E aí a gente jogava futebol, mas tipo, quando ele ia lá na minha casa, era uma coisa bem rústica. Quando eu fui pro ensino público e me mudei pra Goiânia, eu só fui entrar mesmo quando fui avançado de série porque eu fiz um ano a menos de fundamental. E aí eu fui com o pessoal mais velho e eu lembro como se fosse hoje, ano 2005. Eles jogaram a bola pra mim, eu tava subindo assim na quadra, aí eles lançaram a bola pra mim pra ver como é que eu jogava, eu parei a bola com a mão… (risos) . Aí eles começaram a gritar: “Mão, mão, não pode, não pode, não pode” (risos). E foi assim pra pior. Os anos que eu realmente joguei foram 2005 e 2006. A nossa turma na educação física era engraçada, porque assim, você tinha os jogadores bons e você tinha os pernas de pau tipo eu. Desse time perna de pau tinha tudo, cê tinha menino, tinha menina, tinha tudo mais e o professor, o que que ele fazia? Ele montava dois times, ele montava o time dele, que era com os piores alunos da turma e tinha os alunos bons que formavam outro time e a gente jogava. Eu lembro que nas tardes de quarta, quinta-feira, não lembro exatamente agora, a gente jogava e fazia 20 a 20, sabe? Era um negócio assim, extremamente acirrado e competitivo, e nessa época eu aprendi a amar as zaga. Então, assim, eu sempre ficava de zagueiro, eu achava muito mais interessante do que atacar e tudo mais, mas o que eu odiava mesmo eram os chamados jogos interclasse. Porque nos jogos interclasse você tinha uma casta, aí as turmas competiam entre si com os melhores, minha turma era a única turma que tinha dois times, então tinha o time dos bons e tinha o time da sobra, que era o meu time. E aí uma vez o nosso time da sobra foi jogar e a gente começou a brigar no meio do jogo porque o povo estava vaiando a gente e o nosso desempenho tava pior do que o de costume. Aí no perto do final do jogo eu falei: “Ah, cês querem saber de um desempenho bom?”. Eu coloquei toda a minha energia que tinha sobrado e fui pra cima. E aí a gente conseguiu fazer um gol. Aí depois eles olharam pra mim e falou assim: “é isso que a gente precisava”, tipo com raiva de mim, só que o jogo já tava acabando a gente perdeu de qualquer jeito. Depois disso eu mudei pra manhã a partir de 2007 e aí os professores que entraram foram trabalhando outras modalidades, trabalhando handebol, basquete e outros jogos. E aí nunca mais joguei futebol. Fui pro futsal um tempo na época do ensino médio, mas do ensino médio eu também ficava nas sobras também, eu estudava numa escola que tinha um pessoal que jogava muito bem, então eu acabava fazendo outras modalidades. Meu interesse por futebol mesmo de fato ele só começou a ser revitalizado em 2009 no campeonato brasileiro. Eu lembro que o Flamengo ganhou em 2009 e eu já acompanhava o campeonato, que o meu tio assistia todo final de semana e aí eu lembro que o São Paulo tava prestes a ganhar de novo em 2009. O São Paulo já tinha vindo de campanhas muito boas, só que o São Paulo começou a perder no final do negócio. E aí o São Paulo que tinha chance de ganhar muito antes do negócio terminar acabou ficando pra trás. E aí o Internacional e o Flamengo passaram em cima. E eu sempre tive uma simpatia pelo Internacional e aí eu comecei a meio que torcer pelo Inter a partir dessa época. Chegou 2010, que foi a época que eu entrei no ensino médio, eu assisti, acompanhava o campeonato brasileiro direto, assistia os programas dos comentaristas, jogava Cartola FC em 2010, foi o único ano que eu joguei cartola, depois eu nem vi mais graça, né? Mas era muito legal, aí 2010 o Inter foi pra Libertadores, eu lembro que eu tinha aula, eu tinha que levantar 5 horas da manhã pra ir pra aula porque eu tava na casa do meu tio, meus pais tavam em Minas e o meu tio morava muito longe do centro de Goiânia e aí eu tinha que acordar muito cedo, mas aí eu assistia jogo do São Paulo contra o Inter que foi durante a Libertadores, o Inter ganhou inclusive, fiquei até meia noite assistindo, depois teve a derrota histórica do Inter contra o Mazembe em 2010 (risos). E aí de 2011 pra frente até minha vida começou a ficar mais agitada eu a ficar mais no internetês, parei de acompanhar o futebol embora tenha continue gostando do Inter. Agora as copas não, as copas eu sempre acompanho, a primeira copa que eu realmente tenho memórias é a copa 2002, porque na de 1998 eu era muito novo nela. E 2002 eu lembro da final do Brasil contra a Alemanha. Brasil ganhou dois a zero da Alemanha na época e Ronaldo jogava, tinha um monte um monte de bons jogadores, é uma base de seleção que que ganhou em 1994, chegou muito longe em 1998 e em 2002 teve vitória de novo. É uma seleção que inclusive faz falta, em muitos aspectos. E aí eu assisti 2006, 2006 eu lembro do dia que o Brasil perdeu pra França, era uma tarde de sábado se não me engano, se não era sábado era quarta-feira e agora não tenho eh a certeza. 2010 foi engraçado porque eu já tava na adolescência, eu lembro da música da Shakira né?.

Leticia: (cantando Waka Waka – Shakira)

Tiago: Olha só, um talento aqui na nossa equipe (risos). E aí a Shakira teve sucesso, teve a Jabulani, teve a vuvuzela, nossa 2010 foi um ano muito icônico, a seleção de Gana que chegou muito longe e o Brasil perdeu pros Países Baixos nessa copa. Não é uma copa que eu colocava muita fé. Aquele jogo que o Kaká lá levou o cartão vermelho, o Felipe Melo, sabe? O Dunga como técnico… Aliás o Duga foi técnico no Brasil duas vezes, o Dunga não tinha nenhuma experiência profissional antes da seleção, sabe? É um negócio assim bem engraçado. E em 2014 eu já não tava colocando muita fé, porque a seleção já tinha começado mal, já tava sentindo muita falta de fôlego com relação aos primeiros jogos, o Felipão não tava dando aquela segurança como técnico como foi em 2002, que ele foi o técnico da vitória, e você também não tinha uma seleção ali muito bem estabelecida. Era um negócio meio de transição, uma transição muito mais forte do que, por exemplo, 2018. 2018 eu vejo que essa decisão está mais bem estabelecida do que em 2014.

Leticia: 2010 foi meu aniversário de quinze anos, então assim, eu faço aniversário em junho e os meus pais deixaram pra comemorar meu aniversário tipo duas semanas depois, que foi o jogo do Brasil contra a Bolívia. E aí eu lembro que a minha madrinha fez um bolo de dois andares que era a bandeira do Brasil, dois andares assim e foi tipo geral dos meus amigos que jogavam bola comigo, todo mundo foi pra lá pra casa pra assistir o jogo, então teve pipoca, cachorro quente, essas coisas assim e aí todo mundo assistiu o jogo lá. Brasil ganhou, mas só ganhou aquele (risos), porque depois foi só derrota. A minha família sempre foi muito ligada ao futebol assim porque por parte do meu pai e do meu padrasto tem muito muitos primos homens assim. E a gente tem um tio que ele morreu recentemente de câncer que toda vez que a gente viajava pra Minas ele fazia golzinhos de madeira e a gente tinha um campo de futebol lá num clube e ele era um campo enorme assim gigantesco mesmo e foi aí que eu percebi que eu realmente não serviria pra ser jogadora de futebol porque eu não tinha preparo físico, não tinha fôlego pra correr um campo daqueles tamanhos, mas eu sempre admirei muito quem faz esporte, quem consegue, quem se doa pra isso e tal, 2010 pra mim foi o ano assim apesar do Brasil ter não ter ganhado a Copa e tal eu acho que foi o ano que eu tava mais animada porque os outros anos eu era muito nova ainda. Em 2006 eu tinha 11 anos de idade, eu tava animada, mas eu não entendia tanto de futebol, eu não entendia o que do que se passava do significado exato assim, político, social, psicológico enfim, de tudo que se tratava a Copa do Mundo. Então assim, eu lembro que até os meus onze anos eu e os meus primos a gente tinha uniformes, as meninas usavam saia azul com a camiseta do Brasil e os meninos shortinho azul, camiseta do Brasil, eu acho até que a gente tem foto pra gente como timinho, sabe? Assim, tipo, no quintal da da casa da minha avó, era superdivertido. Agora sobre 2014, vamos falar sobre 2014, mas daqui a pouco, depois dos nossos comerciais.

Tiago: Então, vamos falar de Copa de 2014, alegria nas pernas, alegrar o povo, tabelando, 7×1. É, David Luiz, Thiago Silva chorando, Neymar apagado. Ah, decepcionante. Eu acho que a primeira decepção minha com relação a Copa de 2014 foi a escolha de sedes. Goiânia ficou de fora da sede, sendo que já tinha estádio, já tinha tudo e saiu Cuiabá (risos). Você vê uns interesses ali puramente políticos e econômicos nas escolhas de algumas capitais. Capitais sem times tradicionais e obras que até hoje não estão prontas, né? O mais irônico é isso. Mas com relação aos jogos o que me surpreendeu em 2014 foi a Alemanha ter ido tão longe, porque assim, apesar da Alemanha ter se preparado tantas copas e tudo mais, ela não tinha ido tão distante assim a muito tempo. 2006 foi Itália, 2010 foi Espanha e 1998 foi a França. Inclusive eu quero falar uma coisa sobre a copa de 1998, meu único contato com a copa de 98 ocorreu durante o ano de 2016 porque o pai do meu melhor amigo gravou todos os jogos da copa de 98 e ele guardou isso num em fitas de VHS na casa dele e essas fitas começaram a estragar e tudo mais. Aí um dia eu cheguei na casa do meu amigo Paulo e falei assim: “não, faz o seguinte, se você me der esse aparelho de VHS que vocês tem” (que eu tava precisando de um aparelho de VHS pra converter vídeos), “eu converto todas as fitas que vocês tiverem aí de casamento e tudo mais”, ele topou, falou com os pais, eles toparam, aí eu digitalizei, passei pro computador as festas e tal, inclusive a festa de aniversário de dois anos do meu amigo foi na final de 98, então tava todo mundo triste porque o Brasil tinha perdido de 3 a 0 pra França e eu acabei assistindo os jogos e a seleção tava jogando muito bem nessa época.

Leticia: Sobre a copa de 2014, foi broxante, vamos começar com essa palavra porque comecei a animada, falei: “agora vai, agora vai”. Não foi, né? E deu pra perceber que o Brasil tava meio assim, eu acho que tava todo mundo esperando que fosse melhor, por estar jogando em casa, eles chegaram a treinar aqui em Goiânia, não chegaram?

Tiago: Sim, não só treinar, mas também de fazer alguns amistosos em Goiânia, pelo menos pra compensar a vergonha de não ter escolhido a cidade que tem o estádio do Serra Dourada pra isso, né?

Leticia: Não, e eles gastaram tipo uma fortuna pra reformar o estádio, os ginásios e tudo e não ser usado, né? Mas enfim, vamos relevar. Eu queria muito ter ido pra Brasília, ter ido pros outros lugares pra assistir pelo menos um jogo. Porque eu nunca fui no estádio para assistir jogo de futebol, nunca fui e eu sempre tive vontade, mas o meu pai sempre foi meio chato com isso, de falar que tem brigas, não é lugar pra menina, essas coisas, e aí eu sempre acabei sendo muito privada em relação a isso, mas eu acredito que um dia eu ainda vá porque eu gosto dessa emoção de torcer, de ver a galera ali e tal. Eu não tenho muito o que falar sobre a Copa de 2014, porque não rolou né… Assim, foi uma coisa bem broxante. Eu lembro do jogo dos 7×1, jogo contra a Alemanha, eu tava na casa da minha avó e aí eu lembro que eu não acreditei, cara. Eu comecei a xingar e tipo parte da família da minha mãe são evangélicos, aí eu começava a xingar e eu não podia xingar e eu ficava assim “desculpa”, mas não tinha como, porque eu fiquei sem acreditar quando eu vi aquilo ali, tipo, um, aí dois, depois três e eu… não é possível. Até uma hora eu falei: “não, vou dormir”, né? Eu vou na piscina, preciso. Só que brasileira é um bicho endiabrado, que não desiste. Então eu falei não eu vou assistir até o último segundo deste jogo acreditando que o Brasil pode virar essa porra e não virou. Aí quando chegou no quinto gol eu já desisti, eu já falei: não é não vai dar hoje, pelo menos a gente fez um pra não sair com zero, né? Foi humilhante, foi humilhante. Mas pelo menos não foi de zero, né? Tivesse sido 7×1 acho que deveria sido bem pior assim. Vamos passar logo pra pra essa pra copa de agora porque ficar lembrando de 2014 é deprimente, por favor.

Tiago: Ah, mas eu preciso falar de dois mil e catorze, né? Se não fosse o Oscar pra fazer gol ali seria o sete a zero. Cara, eu lembro do dia que eu assisti o jogo da copa, foi o seguinte: na época que teve a copa de 2014 eu trabalhava nos Correios e aí nos dias de jogos da Copa a gente não trabalhava.

Leticia: Melhor parte da copa: não trabalha, não tem aula. Melhor parte.

Tiago: Isso salva a gente da correria acadêmica e aí eu lembro que eu tava em casa, meus amigos estavam cada um em suas casas, a gente não se reuniu para assistir jogo e no final das contas até que valeu a pena, né? Porque pra passar essa vergonha, e aí eu lembro que eu tava na sala com notebook no colo e com a TV do lado, usando Facebook e tal, aí saiu o primeiro gol, eu pensei: “ah tá tranquilo o Brasil pode empatar”, quando saiu o segundo eu já perdi a esperança falei não isso aí vai vai vai ser merda pra frente porque era dois a zero logo no início do jogo, poucos poucos minutos sabe, e aí foi três, quatro… Quando chegou quatro a zero eu pensei: esses caras devem estar chorando por dentro no nível tão assustador. Eu vi e no segundo tempo, não sei se foi o técnico da Alemanha, ele falou: “olha pessoal, pega leve aí porque a gente já ganhou, sabe?”. Aí seria humilhar demais e aí eles fizeram seis, acham alguma coisa assim, fizeram sete, depois que eles fizeram sete, aí foi lá o Oscar lá desesperado para tentar diminuir a vergonha fazendo gol para não fechar o placar com zero, mas foi a maior goleada na história da Copa, então isso vai ficar marcado aí por muito tempo até outra seleção também dar outra goleada. E nós vamos falar de copa de 2018, vamos falar de Rússia, vamos falar de loucuras, zebras e tudo mais. Ó, a primeira zebra dessa copa foi a Rússia ganhando um monte de jogos, Alemanha perdendo pro México, Argentina levando um pau geral e quase saindo da primeira fase (risos). Qual foi a sua impressão sobre essa rodada de eliminatórias da copa?

Leticia: Vamos começar pela abertura da copa, né? Porque assim, eu queria comparar com as outras aberturas que tiveram, mas vamos comparar principalmente com a que teve em 2014, voltando a falar de 2014 rapidamente porque Brasil quem foi gente? Foi J-Lo, Claudia Leitte, teve a Anitta? Nem lembro se teve Anitta. Quem é Anitta perto de J-Lo pelo amor de Deus? Desculpa aí quem gosta de Anitta, mas J-Lo é J-Lo. E todo animado, todo mundo tipo pra cima e sambinha e cor não sei o que, vibrante e tal e rodamos, perdemos, né? O que você ia falar?

Tiago: Em 2018 a gente teve Robbie Williams mostrando o dedo no meio (risos)

Leticia: Pra vocês verem, né? E aí, qual foi a abertura de agora da Rússia? A gente teve ópera, cara. A gente teve música clássica, é outro nível, outro nível cara, e foi tipo assim, eu não esperava, né? Mas foi tudo muito bem produzido, eu achei bem bonito. Você chegou a ver a abertura? Eu amo ver as aberturas, porque eu sou artista, então, assim, pra mim é a parte mais artística que tem na Copa e eu acho muito massa de assistir, eu gosto de ver o que a galera preparou porque a maioria ali é voluntário também, né? Que faz então.

Tiago: Então, eu não assisti a abertura da Copa, mas não foi por não vontade, mas é porque eu tava viajando no dia da abertura. Eu estava indo de Goiânia para Campo Grande. Então, a única coisa que consegui ver na TV foi o Robbie Williams mostrando o dedo do meio mesmo (risos).

Leticia: Maravilhoso, maravilhoso. Sobre essas eliminatórias, cara eu acho que eu tô amando assim por enquanto, né? Foram jogos bem sofridos, assim, esses três primeiros jogos do Brasil foi uma coisa bem sofrida, né. Aquele primeiro jogo ali empatado ali, todo mundo já já deve ter pensado: “fodeu, né? Agora só tende a piorar” e tal, mas aí ele veio, ganhou os outros dois e a gente ficou mais feliz, né? Vamos ver se só aumenta mais. Eu tô achando que a galera tá jogando pra caramba assim. Tem os times que a gente não espera nada e realmente é uma galera assim que não é do futebol, né? São países que não vivem pra isso, né? Mas tem outros que, cara, puta que pariu, os caras tão bem preparados mesmo, acho que tá todo mundo com sede de vitória ali, todos os times, todos os países.

Tiago: Uma coisa que eu percebi é que todas as seleções tradicionais tiveram muita dificuldade de frente a outras. Então a Argentina se deu mal, a Alemanha foi eliminada, Brasil suou muito, mas conseguiu. Inclusive eu acho que a dificuldade que o Brasil passou melhorou muito a qualidade técnica do time, principalmente pra diminuir um pouco a bola do Neymar.

Leticia: Graças a Deus, né? Porque eu acho que não sei se foi por pelo tanto de tempo que ele ficou sem jogar porque… por favor, ele tá fazendo quase nada ali né? O cara tá tentando, ele tá tentando de todos os jeitos, parece que ele eu acho que ele perdeu um pouquinho de habilidade ali, vamos ser bem sinceros.

Tiago: Eu nem acho que ele perdeu a habilidade em si ou que no sentido de ter apagado assim, ele veio de uma contusão e ele ainda tá se recuperando. Mas eu acho que o problema do Neymar é ser fominha mesmo, sabe? Então, por exemplo.

Leticia: Ele não passa a bola.

Tiago: É. No último jogo contra a Sérvia ele queria tanto mostrar serviço que ele fez a seleção perder ali uns dois gols talvez. Ele e o Gabriel Jesus também que tá péssimo né? E nesse sentido o Coutinho acaba se sobressaindo, porque o Coutinho é muito colaborativo, ele vai ele faz o trabalho ali atrás, ele faz o trabalho de meia, ele dá assistência pro gol e é esse tipo de jogador que a galera tá elogiando porque é o tipo de jogador que a seleção precisa.

Leticia: Não só ele, né? Porque tipo, Marcelo, por exemplo, que eu sou fanzaça desse cara e eu fiquei bem triste dele ter machucado no último jogo, em sete minutos do primeiro tempo, ele já já ter sido trocado ali. Eu espero que ele volte nesse nesse jogo de hoje porque por favor precisamos de ti, Marcelo.

Tiago: Sobre a questão das seleções tradicionais, por exemplo, você só tem atualmente (pelo menos no momento em que a gente tá gravando esse episódio) uma coisa muito interessante é que praticamente nessa fase de eliminatórias você só tem duas seleções tradicionais que chegaram tranquilamente, que foi a França e Inglaterra. E o Brasil tem muita pedreira aí daqui pra frente. Inclusive a própria Argentina, que quase foi eliminada, não foi quase eliminada por causa da falta de competência técnica da seleção mas pelas tensões que os jogadores estavam com o técnico, porque o técnico estava boicotando o time. E o que o Messi fez? Um motim. Deixou o técnico de lado e ele mesmo ali, com o pessoal, escalou o time. Eles ganharam de goleada da última seleção e agora vão poder subir. E a minha vontade é: Brasil e Argentina na semifinal. Por favor, eu quero esse jogo.

Leticia: Ah, não tenho muita certeza disso não, vai que tenha uma reviravolta aí. Eu não sou muito fã do time da Argentina não, mas vamos ver o que vai rolar, o que vem nos próximos capítulos. O que você tá achando do Tite como técnico? Ele passa tanta emoção. Olho pra ele e parece que ele tá sofrendo junto com os caras, assim, não sei, não sei, o que você acha da técnica desse ano?

Tiago: Eu acho o Tite um técnico muito seguro e acho que isso é até um problema com ele porque ele mantém a escalação de alguns jogadores que a gente meio que questiona. Por exemplo, Gabriel Jesus, na minha avaliação ele já tinha que ter ido pro banco há muito tempo. Mas o Tite carrega algumas características que ele traz de outros times que ele já foi técnico, como o Corinthians, que é anunciar a escalação muito antes. Ele fez isso com relação à Sérvia. Os jogadores e o técnico da Sérvia, inclusive, ficaram um pouco bravos com isso, porque eles acharam que o Brasil estava subestimando a Sérvia. Mas o Tite é um bom técnico, sabe trabalhar melhor o emocional dos jogadores, ou as vezes escala uns jogadores que ninguém coloca fé tipo o Paulinho, então eu gosto dessas surpresas que o Tite faz muitas das vezes. E muitas das críticas que as pessoas fazem ao Tite eu penso que é mais uma forma de geração. O Brasil não tem tanta peça de substituição quanto você teria em 2002. Em 2002 você tinha um jogador como Vampeta no banco, que ficou no banco o tempo inteiro, mas era um jogador espetacular. Se não me engano, o único jogo que ele conseguiu jogar, ele fez dois gols em uma única partida. Contra a Sérvia, não tinha peça de reposição. Saiu o Marcelo, entrou o Filipe Luís, que é um bom jogador, mas não tem o mesmo nível técnico do Marcelo. Então é essa minha preocupação às vezes. Você tem uma quantidade de jogadores titulares ali que não tem peça de reposição se alguma coisa acontecer. E é uma seleção que tá ficando muito ferida. No jogo contra a Sérvia, você tinha um monte de jogador machucado.

Leticia: Não, mas gente, olha o tamanho daqueles caras da Sérvia por favor, né? Por favor! Os cara tem o que? Parece que é dez centímetros a mais que o time de brasileiro. Quando vi aquilo ali eu falei: “fodeu”, né? Vai sair todo mundo quebrado, Neymar coitado vai se quebrar ali. Eu não sei se você reparou: saiu o Marcelo e tal depois ele tirou o Coutinho. Você acha que ele tá tentando fazer um um resguardo ali, tentando cuidar dele? Eu não sei porque não vi motivo plausível pra ter tirado ele nesse último jogo não.

Tiago: Não, eu acho que assim, quando quando o Tite tirou o Coutinho e começou a colocar um monte de meias no lugar, eu acho que tinha ali chegado à conclusão de que a Sérvia não ia ganhar mais o jogo, que o Brasil poderia somente ficar ali mantendo o tempo e ia reservar o pra descansar. Eu acho que era isso. Então, por exemplo, teve um momento que o Tite fez uma mudança no time que ele deu uma uma força maior pro meio de campo que tava fraco pra ver se conseguia partir maior pro ataque. E aí chegou um outro momento também que ele tirou o pessoal mais no ataque e colocou mais no meio porque a Sérvia não ia conseguir fazer mais nada, já tinha desestabilizado eles emocionalmente. A Suíça já tava classificada, já tinha tirado a Sérvia de caminho, então a Sérvia naquela altura do campeonato não podia fazer muito pra poder conseguir se classificar. E aí o Tite acho que foi uma decisão sábia assim de preservar jogadores, mas eu tô muito preocupado com esse excesso de cartões amarelos. Mas você pode perceber uma coisa, o Neymar se comportou muito melhor no jogo contra a Sérvia justamente por esse medo do cartão.

Leticia: Caiu menos. Eu contei quantas vezes ele caiu, ele caiu exatamente cinco. Neymar caiu apenas cinco vezes nesse jogo que eu contei, que eu prestei atenção. Agora não sei se foi mais. É irrelevante, mas enfim.

Tiago: Eu percebi nesse jogo que o Neymar não tava não só com medo do cartão, mas como ele também tava pensando na crítica do público, porque o povo criticou muito ele por estar caindo e aí cê vê que nesse jogo quando ele era derrubado de verdade, mas o técnico não dava falta, ele leva de imediato e saia correndo. Essa ação mais proativa dele é realmente muito melhor.

Leticia: O Neymar é um caso assim muito engraçado na minha vida porque eu sempre fui muito fã dele antes desde quando ele jogava.

Tiago: Você era neymarzete?

Leticia: Nossa, nem sabia que esse termo existia, mas tudo bem, né? Enfim, eu era fã dele cara, eu não achava ele bonito não, não achava ele nunca tinha Neymar bonito assim não querido. Aquele cabelo de miojo ali pelo amor de Deus… Mas eu era fã do cara porque velho, o o cara é sei lá quantos milhões ou bilhões lá que ele tem, o cara nem precisava mais tá tá jogando, ele tem dinheiro suficiente pra ele aposentar e viver a vida dele pra e outras gerações, sabe? Ele mesmo falou isso e o cara tá ali, tá tentando, sabe? Mesmo com as críticas nas costas dele, mesmo com tudo que as pessoas jogam em cima dele, o cara tá ali, o cara não desiste, saca? Eu não sei exatamente o motivo, né? Sei lá, se é por por fama, por não sei o que, mas eu no lugar dele se eu tivesse esse tanto de dinheiro, cara, se eu fosse jogador de futebol e se tivesse dinheiro que ele tem, aí eu aposentaria. Ficar correndo atrás de bola? Nem a pau, Juvenal! Ia viajar o mundo, ia viver minha vida, fazer coisas que que eu tenho vontade de fazer. Então assim, eu admiro pra caramba. A gente entende que ele tá se recuperando ali no primeiro jogo, não sei se você viu, pisaram bem no dedo dele que ele fez a cirurgia, então eu fiquei morrendo de dó, eu fiquei com muita dó, mas assim eu admiro pra caramba o menino Ney, fiquei mais apaixonada ainda no Coutinho também agora, mas eu preciso falar que o meu troféu joinha, o meu chapéu vai pro nosso goleiro que parece o Thor. Eu nem sei de onde que o povo tirou isso, mas depois que eu passei a perceber um pouco mais o desempenho dele, tudo ali no no jogo eu vi que ele realmente lembra o Thor, cara. E é engraçado porque no último jogo eu estava na casa de uns amigos, né? Então tipo foi uma galera, mais de vinte pessoas no apartamento assistindo o jogo, e todo mundo falando: “nossa, ele é o Thor, é o Thor, é o Thor!” E aí eu olhei assim, velho, ele parece mesmo. E as defesas dele é tipo batendo assim com a mão com o punho fechado e a gente fala que é o martelo, que é ele fazendo o martelo, então assim eu vi pelo menos umas sete defensas fazendo assim, sabe? Tipo, dando soco na bola e a gente falava: “não, ele tem um martelo na mão, cara”. O cara é o Thor. Então, assim, eu tenho que tirar o meu chapéu pro Alisson, principalmente nesse último jogo que o cara agarrou todas. Foi muito lindo, muito lindo. Tá de parabéns. Tá de parabéns. Inclusive me chama de Telstar e me agarra.

Tiago: E ele jogou no Inter, tá? Só que queria destacar isso, embora eu nunca coloquei fé nele. Eu quero ver como é que vai ser o desempenho dele nos próximos jogos, né? Mas eu eu ainda não estou confiante. Mas a galera, principalmente os comentaristas das redes de TV, fizeram referência ao fato do Taffarel estar por perto e o povo falando. “Ah, ele fez isso porque o Taffarel deu dica” e tudo mais, né? Porque o Taffarel é um ícone do futebol brasileiro.

Leticia: Ah não, vou defender meu futuro marido até a morte ainda (risos). Não, não sei, não sei se é por causa do Taffarel não, nem nem sabia que ele tava ali, pra falar a verdade quem nem tá reparando que ele tava ali não, mas enfim, eu sempre fui muito fã de de goleiro, né? Também porque na maioria das vezes eu jogo no gol, jogava, né? Pelo menos. Então assim, Júlio César pra mim era o cara, véi. Velho, ele era o cara pra mim. Eu lembro que todo mundo que eu jogava com com os meus primos e tals mesmo sendo menina sempre que eu defendia uma bola lindamente falava “Júlio César do Brasil”! Era muito bom, era muito bom cara. Eu sempre gostei muito muito, muito. E aí, qual é a sua expectativa pro jogo pra esse jogo contra México né? Que é os Trapalhões versus Chaves.

Tiago: Nós temos aí oitavas de final, quartas, semifinais e final, então nós temos aí quatro jogos se o Brasil sobreviver a todos eles. Brasil contra o México, eu acho que a princípio o jogo pode ficar empatado na maior parte do tempo e o Brasil pode desempatar no final, embora o goleiro do México seja o grande a grande força, o cara é monstruoso, então eu acho que o Brasil vai tentar muito entrar nesse gol e aí o México vai, vai, mas aí o Brasil vai continuar fazendo pressão, pressão, pressão igual como fez ao segundo jogo que só abriu durante os acréscimos, então eu acho que isso pode acontecer. Mas pode acabar indo nos pênaltis, sabe? Eu tenho esse medo. Mas se o Brasil sobreviver a esse jogo aí o Brasil pode acabar se não me engano jogando com a França, dependendo dos resultados né? Eu não sei assim, eu não sei se é a França, mas enfim, se tudo der certo, Argentina também ir bem, Brasil enfrenta Argentina, Brasil ganha da Argentina, Brasil vai pra final enfrenta Bélgica, nem sei qual. Porque assim, as seleções que estão nos nos primeiros grupos são as melhores seleções, eu sei que as seleções estão nos últimos e que vão se enfrentar não são seleções tão tradicionais, mas a minha torcida é mais ou menos essa. Brasil ganha do México nas quartas, chega na segunda em frente a Argentina e ganha da Argentina e vai pra final e destrói.

Leticia: Mas cê espera que o hexa venha ou não?

Tiago: Sinceramente eu não diria “sim, nossa o hexa vai e eu tenho certeza”, mas eu acho que se a seleção lutando pela eficiência técnica como eles fizeram nos dois últimos jogos eles tem chance, eles tem muito mais chances do que em 2010 e 2014.

Leticia: Eles tão muito bem no passe, muito bem, o Brasil tá jogando pra caramba assim, eu acho que as críticas em cima em cima da galera foram bem construtivas assim, né? Os brasileiros pegaram pesado né? Assim a gente foi bem cruel com eles de uma certa forma.

Tiago: Tem que pegar mesmo. Primeiro jogo o Brasil errou demais aí o segundo ele já melhoraram absurdamente, jogaram ainda mal no primeiro tempo, no segundo eles melhoraram absurdamente e esse último jogo… nossa, foi muito melhor do que os outros dois.

Leticia: Eu que não entendo muito de futebol assim, tipo não tanto nas questões de regras, essas coisas assim, mas dá pra ver que que eles foram muito bem. O índice de posse de bola com o Brasil tá pelo menos nos dois últimos jogos eles tavam na frente né? Eles tavam mais assim. Então assim, eles são muito de passe, muito bem de passe e eu achei muito foda. Esse último jogo pra mim foi muito emocionante assim. O segundo nem fala né? Foi tipo parada cardíaca né? Mas esse terceiro jogo foi muito muito legal principalmente porque eu tava com muito medo daqueles caras da Sérvia. Caras tatuados, dois metros de altura, falei “fodeu, vai moer com os meninos”. Mas não, eles deram as canetas lá, conseguiram dar chapeuzinho nos caras véi, os caras daquele tamanho, nossa senhora, não, aí me deu orgulho mesmo de ser brasileira, fui lá, acatei a modinha, postei foto com a camiseta e assim, só não coloquei 100% Jesus porque Jesus não tá jogando porra nenhuma. No dia em que ele voltar a jogar, aí quem sabe 100% Jesus. Mas por enquanto eu tô 100% Alisson. Nem Coutinho, Alisson mesmo. Meu coração é seu.

Site amigo do surdo - Acessível em Libras - Hand Talk
Equipe Introvertendo Escrito por: