Introvertendo 138 – Crianças Autistas

Gabriel Bertin, Laura Espíndola e Pedro Alonso são autistas. No episódio da semana, em comemoração ao Dia das Crianças, Tiago Abreu e Yara Delgado os recebem para uma conversa sobre interações sociais, hiperfoco, jogos, música e autismo. Arte: Vin Lima.

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Transcrição do episódio

Tiago: Um olá pra você que ouve o podcast Introvertendo, que é o principal podcast sobre autismo do Brasil e que traz autistas de todas as idades para falar sobre autismo. Meu nome é Tiago Abreu, sou jornalista, host deste podcast, e hoje é o momento que eu vou me sentir velho.

Yara: Olá a todos. Eu sou Yara Delgado, sou autista, diagnosticada em 2018, falo de Sorocaba e sou mãe de cinco filhos. E conviver com crianças, eu entendo (risos). É sempre uma coisa muito louca.

Tiago: Nós trouxemos três pessoas, alguns deles nem são tão crianças assim, já estão aí no que a gente classificaria de pré-adolescência ou adolescência e nós os trouxemos justamente pra poder fortalecer as nossas experiências, de trazer outras perspectivas, então se apresentem.

Pedro: O meu nome é Pedro Melim Alonso, eu tenho 12 anos. Eu participei do programa do Caldeirão do Hulk, no quadro Pequeno Gênios, eu sou autista de grau leve, eu luto muito assim pra que o autismo tenha um reconhecimento, que ele seja reconhecido e que mude muitas coisas na sociedade.

Gabriel: Meu nome é Gabriel, tenho 9 anos, é o maior prazer estar aqui com você.

Laura: Olá, meu nome é Laura, eu tenho 13 anos e eu fui diagnosticada com autismo quando eu tinha 3 e eu só fiquei sabendo em 2018.

Bloco geral de discussão

Yara: Gabriel, muita gente na comunidade do autismo conhece o Autismo Legal, mas eu queria que você falasse um pouco sobre você e sobre a sua mãe, pra quem não conhece vocês ainda.

Gabriel: Ai ai ai, de mim eu até sei contar, mas da minha mãe a única coisa que eu sei é que ela é muito blogueirinha (risos).

Tiago: (Risos)

Gabriel: A minha mãe costuma ficar muito fazendo live, e ela combinou com todo mundo da comunidade, como você falou do Autismo Legal, que sempre uma live no sábado às cinco horas da tarde, isso já vem de notificação pra todo mundo que vai assistir isso.

Yara: Laura, você acabou de fazer treze anos nesse mês, estuda em uma escola regular bilíngue, gosta de ler e falar alemão. Como é pra você a convivência na escola? São muitas crianças na sua sala? Como é que você se sente na escola?

Laura: Eu acho que na escola ninguém me entende, acho que a maioria das pessoas não me entende, não entende o fato deu gostar de ficar sozinha. A maioria das pessoas gostam de ficar nos grupinhos, com os amigos, eu geralmente gosto de ficar sozinha.

Yara: Sua mãe nos explicou que você gosta criar livros. Só que agora tá curtindo uma fase mais de desenhar. Meu filho Pedro também adora desenhar. Você desenha sobre o que? Quais personagens, quais temas?

Laura: Geralmente gosto de desenhar pessoas com orelha de coelho, de lobo, eu gosto de desenhar, eu gosto de desenhar pessoas, as vezes desenho animais e é isso geralmente.

Tiago: Pedro, uma coisa que me atraiu muita curiosidade no seu conteúdo é que quando você grava vídeos e também algumas fotos suas, você tá sempre usando um chapéu. É um costume, faz parte do seu estilo, como é que é?

Pedro: Bastante. É um costume e uma parte do meu estilo. Eu comecei a usar chapéu desde novinho, assim, desde antes mesmo do diagnóstico eu já usava chapéu, usava boina. Chapéu é algo que eu gosto, virou algo de mim assim, mas é porque eu gosto muito de usar o chapéu, eu sinto que é como se fosse uma parte minha e eu sempre tô usando ele.

Yara: Laura, quando eu era criança, eu gostava muito de brincar sozinha, eu gostava de lidar com peças, de organizar, de montar coisas, gostava muito de empilhar coisas, quais são as brincadeiras que você mais gosta?

Laura: Eu gosto de brincar com os bichinhos de pelúcia chamados Beanie Boos. Hoje em dia eu não tô brincando tanto assim, eu mexo mais o celular. Eu gosto de ficar sozinha, eu desenho, eu crio coisas e fico pensando um pouco sobre o planeta que eu criei criando coisas. E escrevo um livro sobre isso, e o nome do livro é Diário de Linda.

Tiago: Certo. Você falou sobre celular, você usa alguma rede social assim que você goste mais? Porque tem muita gente que gosta do TikTok, por exemplo.

Laura: Não, eu não gosto de TikTok, eu nem tenho e nem uso.

Tiago: (Risos)

Laura: Não tenho e nunca tive. As pessoas que eu conheço estão mais no YouTube, Instagram e WhatsApp. E às vezes eu jogo joguinho no celular.

Tiago: Pedro, eu sei que você costuma ler muito livro de história, tanto mundial, quanto do Brasil e também livro sobre autismo. Eu queria que você contasse um pouco dos livros que você leu, gostou, recomenda, faz um review aqui pra gente.

Pedro: Um dos primeiros que eu li foi A História do Mundo Para Quem Tem Pressa, que foi escrito pela escritora Emma Marriot. E ela deu um resumo da história do mundo pra apenas 200 páginas. E foi assim que eu me encantei com a História, conheci ela e foi basicamente como eu pude conhecer a história em uma parte bem ampla. Depois eu fui especificando, fui pegando parte por parte, depois da história, lendo e aprofundando e conhecendo novas partes da história, além do que já tava lá. E bom, um livro de autismo muito legal que eu já li foi de uma escritora francesa, que é A Diferença Invisível, que basicamente conta a história de diagnóstico dela de autismo, é da escritora Julie Dachez e ela conta essa história de como ela passou. Ela realmente cria uma personagem que representa ela, que é a Marguerite, e ela passa pelas situações da vida dela.

Tiago: Ah, eu já vi muita gente falar bem desse livro mesmo. Eu não sei se você conhece Pedro, mas tem um livro que mistura autismo e história, que talvez pode ser do seu interesse, não sei se você conhece. É um livro meio pesado, o tema dele é um tema meio bem triste no geral, mas é interessante, que é o Crianças de Asperger. É um livro que fala sobre a história do autismo…

Pedro: Nossa, eu tô lendo esse livro.

Tiago: Tá lendo? Nossa, eu gosto muito desse livro. Que você tá achando dele?

Pedro: É legal esse livro. Ele conta a história do âmbito geral do autismo como era principalmente na Alemanha Nazista.

Tiago: Isso.

Pedro: Durante a guerra mesmo, fora da guerra antes, conta a história de um médico, Hans Asperger, que foi quem cunhou o termo “psicopatia autística” que depois ficou conhecido como síndrome de Asperger.

Tiago: Sim, e eu gosto do livro exatamente por isso, porque ele não se limita só a falar sobre autismo, ou a falar só sobre Hans Asperger, ele traz todo um contexto cultural ali da época que dá pra entender muito bem. E eu acho que você vai gostar muito desse livro quando você terminar ele. Pra mim é um dos melhores livros de autismo que eu já li até hoje.

Pedro: Com certeza, foi um dos melhores que já foram lançados com a total certeza.

Tiago: Queria só falar uma coisa contigo, Gabriel. Em uma você disse que gosta bastante de jogar e que gosta de Sonic, Mario e Pokémon. Aqui no Introvertendo a gente já fez um episódio sobre Pokémon, o episódio 114, e o pessoal aqui da equipe, todo mundo é autista, também gosta muito de Pokémon. Eu queria saber qual o jogo de Pokémon você tem jogado ultimamente? Porque são vários.

Gabriel: Bem, eu tenho um mísero jogo de Pokémon, mas eu gosto muito da série, assisto desenho até do Pokémon.

Tiago: Eu também tô assistindo o desenho agora, porque eu não tive a oportunidade de assistir na infância, tô na geração de Kalos nesse momento.

Gabriel: Então, quer dizer que você tá assistindo a primeira série de Pokémon?

Tiago: Eu tô na série original de Pokémon, mas na geração de Kalos, aquela que tem os personagens do Clemont, a Bonnie e Serena junto com o Ash.

Gabriel: Ah, eu conheço essa série, eu assisti a XY e a XYZ.

Tiago: Isso, exatamente, é essa.

Gabriel: Eu conheço vários Pokémon dessa série.

Tiago: Mas qual o jogo de Pokémon você tá jogando ultimamente?

Gabriel: Ele é um jogo até famoso pelos gamers. Tem três jogos que eu conheço muito bem, mas eles tem base na mesma história, porque quando zera o jogo, não tem como você zerar a história pra você poder jogar de novo, aí só fica com aventura zerada e arranjar o que fazer no jogo. Vou falar dos três jogos. O primeiro jogo é o Pokémon Scudo, baseado no Zamazenta, um Pokémon lendário. O outro é o Pokémon Spada, é o mesmo tipo de jogo, mas baseado no Zacian, que também é um Pokémon Lendário. E tem um outro, que é os dois unidos baseado nos dois Pokémon. Mas o que eu tenho é o Pokémon Spada e já zerei, mas acredite, demora mais que uma hora. Demora no mínimo duas horas pra zerar.

Tiago: Eu não tenho muitas experiências de jogar Pokémon, mas eu viciei muito em Pokémon Go durante uma época.

Yara: Nossa, Pokémon (risos). Cara, eu já tive uma briga homérica por causa de Pokémon, aí eu peguei assim uma birra tão grande que eu nunca assisti esse desenho e só agora há dois dias que direto tá voltando esse tema de Pokémon. Meus filhos fizeram assistir o filme do Pokémon e agora eu vou ter que descobrir o que que é o Pokémon, vou ter que assistir isso. Porque eu tô boiando totalmente nesse papo de vocês.

Tiago: (Risos)

Gabriel: (Risos)

Tiago: Mas você falou também de Mário e eu era muito fã de Mario quando eu era criança, joguei muito o Mário Bros original. Quais Marios você já acompanhou?

Gabriel: Bem, o Mario eu tenho vários jogos, eu tenho vários jogos porque o primeiro motivo é no Nintendo Wii, eu tenho alguns jogos de Mario nele, eu tenho Super Paper Mario, o New Super Mario Bros Week por algum motivo o disco não funciona, o Super Mario Galaxy 2 que também não funciona, Mario & Sonic and the Olympic Games. Agora eu tenho vários jogos mesmo é no Nintendo Switch, você conhece também?

Tiago: Conheço.

Gabriel: Eu tenho alguns jogos nele, como Mario Odissey e Mario Maker 2. Eu tenho dois emuladores, um de Nintendinho e outro de Super Nintendo. Você conhece esses dois jogos também?

Tiago: Conheço, apesar de também não ter jogado muito. Eu joguei mais o Mario Bros, que foi o primeiro que saiu.

Gabriel: Também joguei e quase zerei. A fase número 7-4 é que foi um…

Tiago: Ah, nossa, ela é muito difícil mesmo. Na época eu cheguei a 8-4, só que eu não tinha conseguido e aí eu zerei depois de adulto.

Gabriel: Pera, pera. Você disse que conseguiu passar da fase 7-4?

Tiago: Consegui, eu não lembro na época como, mas eu lembro que eu chegava até o mundo 8. E chegava até a última das fases. Chegava até no Bowser e eu morria, foi o mais longe que eu cheguei.

Gabriel: Nossa…

Tiago: Aí depois de adulto eu instalei um emulador no computador e joguei Mario Bros de novo e consegui zerar.

Gabriel: Nossa, mas enfim, eu não consegui zerar esse jogo, mas foi o mais longe que eu consegui e nesse emulador tem vários jogos do Nintendinho, tem o primeiro jogo do Super Mario, tem jogo do Link até, tem alguns jogos que eu não consigo me lembrar muito bem mas são de Mario também, tem um Donkey Kong, que eu costumo jogar muito.

Tiago: Muito bom.

Gabriel: E também tem o emulador Super Nintendo, que não podia faltar e que tem o Super Mario World, o mais amado dos players!

Yara: Agora, um momento bem legal, tá? Nós vamos colocar o Gabriel tocando teclado, ele vai tocar o tema do Super Mario pra gente ouvir. Toca aí, Gabriel.

(Gabriel toca Mario theme)

Yara: Pedro, você também gosta de tocar bateria, gosta de ouvir músicas. Que artistas e bandas você anda ouvindo ultimamente? Que que você gosta de ouvir?

Pedro: Eu ouço artistas e bandas pra tocar na bateria, tô ouvindo muita música country pra tocar na bateria e Beatles também. Tô tocando muito os dois tipos de música.

Tiago: Ao mesmo tempo eu lembro que nos seus vídeos mais recentes, você tava cantando uma música do Harry Styles.

Pedro: (Risos). Foi um negócio da edição (risos).

Tiago: Laura, agora é sua vez. Agora eu queria saber uma coisa, você falou aí da criação de história, de criatividade, tal, vamos imaginar que você tem o poder de fazer qualquer coisa que você quiser. O que que gostaria de fazer pra você e para o mundo?

Laura: Eu escolheria acabar com a pobreza, acabar com as guerras, que o mundo vivesse em paz e harmonia. Não sei… Se eu tivesse um superpoder escolheria a ilusão.

Yara: Gabriel, no início de setembro saiu um vídeo sobre a sua primeira vez cortando o cabelo numa barbearia. Eu queria que você contasse pra gente como foi essa experiência pra você.

Gabriel: Bem, no início eu tinha chegado lá pelo que eu me lembro junto com o meu tava a minha mãe, eu e o meu irmão. Pela minha surpresa (que eu ainda não sabia), o meu avô materno, pai da minha mãe, tava lá também. E o o meu irmão cortou o cabelo lá. Eu não sabia como cabelo lá, porque eu nunca fui lá e sei lá. Eu sempre cortei o cabelo em uma… Ai, mãe, qual é o nome do lugar onde se faz o cabelo?

Carla: Cabeleireira.

Gabriel: Não.

Carla: O salão?

Gabriel: É.

Carla: O salão da Zilda.

Gabriel: É, é nesse salão que eu sempre costumo ir. Mas aí eu decidi dar uma experiência lá e a minha mãe teve a ideia de ensinar o pessoal lá a cortar o cabelo de um autista. No caso, eu. E foi legal até, parecido como cortar o cabelo na Zilda, mais uma das coisas que eu acho muito legal. Quando o meu avô tava cortando cabelo e também cortando a barba, que eu acabei não contando da barba, o meu avô tava usando um pano morninho na cabeça dele pra deixar o rostinho todo úmido, pra depois quando for tirar a barba, não ficar doendo, porque vai tá duro, aí se tiver molinho, quase não vai dar pra sentir nada. Eu decidi fazer a mesma coisa, mas óbvio, eu sou uma criança, não tenho barba. Foi só pra só pra ver como que era. E também tinha um massageador que na verdade é uma máquina que colocava na mão, que fazia a mão toda tremer e isso eu não gostei tanto e pedi pra não fazer e tava muito gostoso.

Tiago: Pedro, você falou no início da sua apresentação que apareceu no programa do Luciano Huck e eu imagino que muitas pessoas te conheceram quando você apareceu na TV e hoje em dia tem gente que te reconhece na rua? Como é que é isso? Isso te incomoda, ou é legal?

Pedro: Tá muito normal atualmente, porque eu não tô saindo de casa, principalmente depois que eu participei do programa eu não saí praticamente mais de casa. Só quando as terapias retornaram ao normal, depois que voltaram o presencial eu fui, depois de alguns meses assim. Eu também não vou voltar a escola nesse ano, ou seja, eu eu tô assim prevenindo ao máximo por causa da pandemia e ao mesmo tempo também fazendo todas as coisas normal.

Tiago: Gabriel me disseram que você envolvido na igreja, que igreja você frequenta?

Gabriel: A Igreja Adventista do Sétimo Dia, da Lapa.

Tiago: E o que você faz lá? Você participa de algum projeto junto com outras crianças?

Gabriel: Na verdade, a parte que eu mais gosto é quando eu posso tá unido com os meus amigos na igreja. E também a escola sabatina, que eu até gosto. Mas a parte dos adultos, aí eu acho pra ser sincero um pouquinho só entediante.

Yara: Legal, gente, agora pra vocês três. Vocês têm amizade com outros autistas? E como é a relação de vocês também com autistas adultos?

Laura: Eu não conheço muitos autistas, mas eu conheço alguns.

Gabriel: Eu conheci um um menino pequeno de que gostava muito de Sonic, o tema da live até era de Sonic. Era eu e um menininho artista também, chamado Matheus. E a gente ficou conversando a live toda de Sonic. Eu tenho outra amizade também. Eu conheço esse cara, ele é maior que eu e também ele tem um músculo daqueles, hein?

Carla: É o Jardel, ele é halterofilista e ele recebeu diagnóstico depois de grande também.

Gabriel: E também eu fiz a minha primeira amizade com ele envolvendo marmita no carro. Sempre que eu vou pro Sesi, que é onde eu faço polo aquático e o vôlei, eu sempre compro uma marmitinha no carro. O meu amigo, que eu que eu antes não conhecia, conseguia comer no carro, não sei porque ele não conseguia, mas depois ele enfrentou um medo e ele comeu no carro, me mostrando, antes que ele não conseguia, mas agora consegue. E aí, a gente fez amizade.

Tiago: Ah, legal, acabei de ver o Instagram dele aqui, meu Deus, ele é muito forte, deve fazer muito exercício e eu sou uma negação em exercício físico.

Gabriel: Eu disse que ele tinha um músculo daqueles!

Pedro: Bom, eu não conheço nenhum autista adulto assim, eu nunca tive uma conversa, não tenho um amigo que seja já adulto autista, só conheci mesmo da minha idade. Mas acho que se eu conhecesse, eu me daria muito bem, porque eu normalmente não dou muito bem com crianças que estão abaixo da minha idade, tipo um ano a menos tudo bem, mas tô falando tipo, seis anos abaixo, já não consigo me dar bem por causa do meu hiperfoco, principalmente. consigo me dar muito bem por causa disso, porque as crianças quando elas são mais novas, elas têm outros interesses. Falo de coisas de criança, como eu posso dizer e os pré-adolescentes já falam de outras coisas, eles já têm outros interesses. Então, eu dou melhor com a minha idade por qual justamente por causa do tema. Então, acho que quanto mais velho eu vou me dando melhor. Ou seja, com provavelmente com um autista de 20 anos, pois eu me daria muito bem que ele provavelmente pode ter uma conversa muito normal comigo, porque os temas são da idade mais velhas do que das mais novas.

Tiago: Ah, eu entendo. Isso que você falou me fez lembrar uma coisa da minha infância, porque eu era aquela criança que não dava muito bem com as outras crianças até da minha faixa de idade e eu preferia ficar conversando na hora do recreio com o pessoal da limpeza, que era mais velho, porque eu me sentia mais normal conversando com eles do que com as outras crianças assim.

Pedro: Eu lanchava com uma criança de um ano antes assim, tipo, ela era da minha idade, mas eu era um ano avançado, já sou dois avançados em relação a minha idade, era para eu estar no sétimo, mas eu tô no nono e eu lanchava com uma uma criança autista não verbal.

Tiago: Então, pessoal, agradeço bastante pela participação de vocês, foi um prazer conversar com vocês, trocar experiência aqui e aí vocês ficam à vontade pra dar uma mensagem final pra quem ouve a gente.

Pedro: Eu vou falar pras pessoas visitarem meu canal do YouTube que é Pedro Alonso, O Curioso, lá tem vários vídeos que eu falo de autismo, mas também tem vídeos que eu falo de outras coisas também. Nunca deixem se definir pelo que os outros dizem. As diferenças fazem o mundo.

Gabriel: Olha, eu quero mandar uns agradecimentos especiais para um dos meus melhores amigos. O meu primeiro melhor amigo que eu quero dar uns parabéns e que também eu gostei muito de conhecê-lo, é o Pedro Munhoz Novais. O segundo é o Felipe Tanaka, que eu gosto muito dele. Tem dois alunos velhos do segundo ano, depois eu não vi mais eles, eles se chamam Mateus e Lucano. Quero mandar uns parabéns e também um abração enorme pro meu melhor amigo número um Lorenzo Felício Souza.

Laura: Bom, eu não vou falar das minhas redes sociais. Não, não, não, pelo amor de Deus, não.

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