Introvertendo 113 – Messi não é autista!

Em 2013, um jornalista brasileiro achou interessante escrever um texto sobre uma crença infundada. Ele tinha certeza que o jogador Lionel Messi era autista e, para isso, construiu uma fake news que percorreu o mundo e trouxe muita dor de cabeça até hoje para a comunidade do autismo. Por isso, Tiago Abreu, jornalista e host do Introvertendo, convidou Pedro Henrique Quiste, estudante de Jornalismo, para entender o porquê se especulou que Messi era autista, elementos claros da mentira e como histórias de superação são um problema dentro da prática jornalística. Arte: Vin Lima.

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Transcrição do episódio

Tiago: Um olá pra você que escuta o podcast Introvertendo, que é o principal podcast sobre autismo do Brasil, que frequentemente traz informações e também desmente conteúdo relacionado a autismo e sua comunidade. Meu nome é Tiago Abreu, sou jornalista e eu estou pronto pra ser xingado por muita gente hoje aqui (risos).

Pedro: Eu sou o Pedro Henrique Quiste, muito obrigado pelo convite de novo, Tiago. É a terceira ou quarta vez que eu apareço aqui no podcast já…

Tiago: Pra quem não sabe, o Pedro já esteve aqui várias vezes. Ele conversava muito com a gente nos episódios de música e sempre quando tem algum tema relacionado a esporte, ele aparece aqui de volta. Então muito obrigado por ter topado o convite. Hoje nós vamos falar sobre um dos maiores nomes do futebol mundial e que é alvo da principal fake news da história da comunidade do autismo no Brasil. É uma responsabilidade muito grande aqui.

Pedro: Fake news que inclusive eu acho que nasceu no Brasil, pelo que tudo indica, e que foi traduzida pros gringos depois. Eu acho que nunca teve nada tão grande feito no Brasil assim.

Tiago: Sim, Brasil aí sendo Messi basicamente em fabricar mentiras (risos).

Pedro: Vanguarda na fake news (risos).

Tiago: Vale lembrar que o Introvertendo é um podcast feito por dez autistas que participam ativamente da comunidade do autismo, cujo podcast é uma produção da Superplayer & Co.

Bloco geral de discussão

Tiago: Em 2019, eu publiquei um texto nas redes do Introvertendo chamado “Você sabia que o Messi não é autista?” e eu acho que foi o maior hate que a gente já recebeu na história, porque o texto espalhou para alguns grupos de autismo no Facebook e muitos pais e mães ficaram revoltados falando que a gente queria aparecer, que o Messi era autista sim, então é muito curioso como em 2020 a gente ainda precisa falar que essa informação de que o Messi é autista é completamente falsa. Só que simplesmente falar isso não basta no mundo de hoje. E por isso é importante a gente explicitar o porquê isso é mentira e como isso se construiu dentro da comunidade do autismo, de forma que hoje é muito difícil as pessoas serem convencidas do contrário.

Pedro: Eu só queria avisar antes que, se for hatear alguém, é pra hatear o Tiago, viu? Eu sou inocente aqui (risos)

Tiago: (Risos)

Pedro: Essa fake news do Messi autista começou com um texto do Roberto Amado no site dele em 2013 e que depois rodou o mundo. Foi desmentido pelo médico, chegou a ser desmentido pelo próprio Messi, eu acho uma vez ou outra ele já tentou comentar sobre o assunto. É uma coisa que pra mim é totalmente forçada e não faz o menor sentido pelo próprio texto e os argumentos que ele apresenta. Esse texto foi republicado novamente em 2018 lá no Diário do Centro do Mundo, mesmo depois de toda a repercussão e toda essa polêmica que ronda ano após ano sobre o Messi, tanto no Brasil como na Europa. Pra quem não tá muito familiarizado com o mundo do esporte, o Messi é simplesmente o melhor jogador de futebol do mundo. Nos últimos anos concorre com Cristiano Ronaldo, principalmente, mas é um dos maiores da história. Nasceu na Argentina no final da década de oitenta e começou a jogar no Newell’s Old Boys, que era o time da cidade dele em Rosário, aos seis anos. Quando criança, ele era um cara que mostrava muita habilidade com a bola, mas tinha um problema hormonal que dificultava o seu crescimento. Então aí você já vê que era um cara que teria um ou outro exemplo de superação na história do futebol. Com nove a dez anos, ele foi diagnosticado com esse problema hormonal, teve que começar a fazer um tratamento complicado e que custava mil pesos argentinos por mês. Era um tratamento em que ele tinha que aplicar uma vez por noite uma injeção em sua perna, ele mesmo aplicava e ficava tudo tranquilo, mas era caro e que dificultava o financiamento da família dele. O Newell’s Old Boys se recusou a pagar a quantidade inteira e a família dele teve que se se contentar a tentar testes com o Barcelona na Catalunha, na Espanha. O Barcelona, todo mundo sabe, é um dos maiores times da história do futebol. Em 2000 ele foi levado para lá, fez um teste, e poucos meses depois ele foi aprovado, chegaram a um acordo e o Barcelona continuou a ajudar esse tratamento. O Messi finalmente cresceu 30 centímetros desde o começo do tratamento. Quando ele começou ali com 10 anos, ele tinha um metro e quarenta e hoje ele tem um metro e setenta. Então foi um crescimento muito grande e que foi uma história de superação. Só que, claro, como nem toda história de superação é suficiente, sentiu essa história do Messi em 2013 e que até hoje percorre ele. O Messi estreou em 2005 como profissional, em 2008 chegou ao seu auge e a partir de então ele é o cara, o nome do futebol dos últimos 50 anos. Depois do Pelé e do Maradona, ele é o maior, o mais conhecido, e vai ser assim por um bom tempo com certeza.

Tiago: Tem gente até que diz que ele é o melhor jogador do século até agora.

Pedro: Pra mim tranquilamente, só o Cristiano Ronaldo concorre com ele, mas o Messi pra mim é um exemplo técnico, um exemplo de dom com a bola. O Cristiano Ronaldo tem muito trabalho, mas não consegue encontrar tanta qualidade quanto o Messi.

Tiago: O Pedro já adiantou que o caso do Messi surgiu em meados de 2013, num blog chamado Poucas Palavras do jornalista Roberto Amado. Ele é sobrinho do Jorge Amado, aquele escritor bastante conhecido. O texto chamado “Como o autismo de Messi ajudou-o a ser gênio” fez um enorme barulho, o que fez com que ele também fosse alvo de outras matérias, tendo que se justificar por conta dos argumentos que ele apresentou. Eu quero destacar sete elementos tanto no texto quanto no contexto pra você entender como é que foi essa construção da ideia do Messi como autista. 1º ponto, o Roberto Amado se baseia numa informação difícil de verificar porque ele fala que Messi foi diagnosticado com Síndrome de Asperger aos oito anos de idade, que o diagnóstico foi pouco divulgado como uma maneira de protegê-lo. E aí ele já levanta aquela suspeita de que o Messi esconde algo e como ele esconde, seria difícil do Messi assumir que é autista. 2º ponto, ele tenta produzir uma evidência anedótica. Você já deve ter ouvido falar naquelas histórias de: “eu ouvi dizer que pessoa tal é isso ou aquilo”, você tenta passar isso de boca em boca e aí a medida que as pessoas vão repetindo isso se transforma numa verdade. Esse texto é todo construído dessa forma. Ele procura relatos de pais e mães, se justifica dizendo que é filho de profissionais médicos, tenta juntar vários elementos que são frágeis por si só para poder constituir essa opinião de que o Messi é autista. Pra dizer assim: “não só eu penso que o Messi é autista, outras pessoas pensam da mesma forma”. 3º ponto, ele usa verdades pra sustentar um ponto de vista geral questionável. Então, por exemplo, ele cita o surfista Cley Marzo, que é realmente diagnosticado com autismo, como exemplo de autistas nos esportes. 4º ponto, ele coloca outras fake news dentro dessa pra endossar a visão. Então ele fala que Einstein e Bill Gates são autistas e gênios. O texto dele ronda essa ideia de que o autista é um gênio. 5º ponto, o mais óbvio, é que ele inverte o ônus da prova. Ele publicou o texto, foi contestado, e teve uma reação do tipo: “são eles que tem que se virar e provar que o Messi não é autista. Eu estou afirmando e vocês tem que provar o contrário”. É uma linha de raciocínio completamente bizarra. 6º ponto, o médico pessoal do Messi disse que o que foi dito pelo Roberto Amado é uma completa “bobagem”. 7º ponto, que é uma questão muito sólida que a gente precisa levar em consideração, é que nenhuma biografia séria e bem construída sobre o Messi tem qualquer menção ao autismo. E Pedro, queria te perguntar. Você que também é do jornalismo que nem eu, qual a definição de fake news que você daria dentro desse contexto do Messi e também fora? Já que a gente fala tanto sobre fake news nos últimos anos…

Pedro: Cara, fake news é feita para um público que quer ler e acreditar naquela história. E eu acho que essa questão é a mais complicada. Pra quem interessa o Messi ser autista? Você não simplesmente publica alguma coisa que vai ter uma relevância mínima. É algo que vai com certeza tentar bombar e vai ser uma opinião que relevante para alguém. Pra mim esse é o principal ponto. Quando o Roberto Amado tenta citar duas pessoas que teriam alguma autoridade pra falar sobre o assunto é que, provavelmente, convenceria um um público que não seria interessado em checar. E quando você faz isso, você cria uma fake news tranquilamente. Você tem uma uma base que acha que é sólida, um público que com certeza vai tentar se interessar sobre essa polêmica, uma história que com certeza vai viralizar se se chegar no público certo. E esse é o problema que as fake news crescem tanto. Vira aquele ditado que uma mentira contada várias vezes se transforma numa verdade.

Tiago: Exatamente. O mais complicado sobre essa questão do Messi é que esse texto do Roberto Amado é tão frágil, pra quem tem um contexto de autismo significativo, que a gente sabe que diagnosticar o autismo não é algo fácil. Você precisa de uma quantidade de profissionais envolvidos monstruosa e um tempo pra você levar isso em consideração. E os argumentos dentro do texto são relatos de pais. E quando ele é questionado na matéria do Extra que foi publicada em 2013, ele fica numa posição extremamente defensiva. Ali ele fala basicamente: “quem quiser me contrariar, que entre na Justiça. Que a família do Messi entre na Justiça e prove na Justiça que ele não é autista, porque a minha opinião é muito bem validada. Eu tenho familiares profissionais. Eu conversei com muitos pais e eu conversei com alguns terapeutas, mas todo terapeuta vai dizer que precisa conhecer o indivíduo e que precisa investigar melhor”. Ou seja, ele admite na matéria do Extra que traçar um diagnóstico para alguém é perigoso e que ele não conseguiria fazer isso de uma forma criteriosa quando ele conversa com os profissionais.

Pedro: Olhando também num lado não jornalístico, só no espectro do futebol, é muito óbvio também que ele não não assiste muito esporte. Porque ele cita como um dos principais argumentos de que o Messi tem ações repetitivas dentro de campo. “Ah, ele sempre puxa pra perna dele ou ele sempre faz gol de cavadinha”. Isso é totalmente falho, porque todo jogador vai ter uma perna mais fácil e um lugar que ele vai conseguir fazer uma jogada melhor. Então será que o Arjen Robben é autista porque ele sempre puxava pra esquerda e chutava de fora da área? Não! O Giannis Antetokounmpo da NBA é autista porque ele sempre corre a quadra e enterra com facilidade? Não! Porque é o que fica mais fácil de fazer porque é uma jogada que ele treina há tempos. Tentar achar algum tipo de síndrome em um jogo de futebol ou de basquete é forçação de barra.

Tiago: Além de tudo, há uma característica muito frequente, embora não seja critério diagnóstico, mas é algo muito comum em autistas leves com síndrome de Asperger, que é uma coordenação motora fina desajeitada. Eu, por exemplo, era péssimo no futebol. Eu sempre ficava excluído no time dos reservas. Isso é muito comum entre autistas que eu conheço. Então toda vez que alguém fala que o Messi é autista, a primeira coisa que eu penso é isso. Vamos supor que você tá analisando um indivíduo e aí você vai encontrar aquilo que se encaixa. Mas e aquilo que não se encaixa? Por exemplo, ele fala dentro do texto, que o Messi não aceitaria perder porque autistas têm muita dificuldade de lidar com a frustração, têm crises, mas me diga: para um cara que perde a Copa do Mundo, numa final de um jogo, quem não ficaria decepcionado? Eu lembro da reação que o Messi teve ali ao perder a Copa de 2014, a fatídica copa do 7×1, tinha câmeras perseguindo ele, mas quem não ficaria daquela forma? Você precisa ser uma pessoa com deficiência para você sentir frustração? Então os pontos que ele vai colocando dentro do texto são muito frágeis perto daquilo que a gente considera como critério diagnóstico de autismo.

Pedro: Inclusive é muito interessante você pegar isso porque essa parte de analisar somente o que consta ao seu favor é base de qualquer fake news. Por exemplo, se você pegar as fake news sobre Bolsa Família que saíram antes da eleição, é óbvio que tem muita fraude no Bolsa Família, mas você acha que é só fraude que vai ser formada a Bolsa Família? Mas alguém pega uma informação sobre isso, aumenta um pouquinho os números da estatística e fala: “Ah, a Bolsa Família é fraude”. Daí você consegue fazer qualquer afirmação baseada em poucas verdades.

Tiago: Isso é bastante óbvio quando a gente fala de política, mas num contexto como essa fake news do Messi, um tipo uma lenda urbana, esses elementos são muito mais sutis de perceber. E tem uma coisa muito curiosa, que é o estrago que uma fake news faz. Vários portais publicaram como notícia esse texto do Roberto, isso chegou até em emissora de televisão, depois ganhou o exterior e, no mesmo período, o ex-jogador Romário twittou isso. O pai do Messi quis processar o Romário por divulgação de fake news e o Romário ficou extremamente revoltado. Ou seja, quando as pessoas também são pegas, a sensação de que aquela verdade que ela acredita foi confrontada é tão ruim que a pessoa age na agressividade. Isso aconteceu tanto com o Roberto, que produziu a fake news, com o Romário, quando ele foi abordado e, consequentemente, com pais e mães que leram o texto do Introvertendo e foram xingar a gente. Anos depois, um convidado do programa Encontro com Fátima Bernardes chegou a mencionar que o Messi era autista baseado nessas lendas urbanas e aí a Fátima teve que corrigir ele prontamente. E os impactos perduram. Aquela informação de que aquilo era falso tem um alcance muito menor do que a informação original. É tipo quando uma pessoa é acusada de assédio ou de estupro e depois se comprova que a pessoa era inocente, mas o estrago que foi feito muitas vezes não é recuperado. Isso é bastante perigoso. Se você procurar lá no Google Scholar, onde pode você acha publicações acadêmicas, eu encontrei uma dissertação que chama o Messi de autista, isso em 2017, então você consegue encontrar esses ecos em todos os lugares. Essa questão do Messi e outras figuras, sempre me causou preocupação. E algumas pessoas podem até considerar que é uma preocupação boba, mas eu sempre fiquei pensando assim: Por que que a gente precisa falar que nomes famosos como Einstein, Bill Gates, Messi, pessoas que a gente não tem evidência alguma de que são autistas sejam autistas e a gente não valoriza as pessoas que a gente sabe que são autistas, que já falaram publicamente? Por que esse tesão nessa coisa dos “autistas famosos” e principalmente “autistas gênios”? E quando eu fico pensando nisso, eu tenho em vista de que a representatividade é um ponto muito importante quando a gente discute deficiências e identidades, mas a gente ainda tem aquele critério de seleção de popularidade. A gente quer se ver na pessoa famosa, mas a gente acaba forçando a barra de um jeito tão grande, mas tão grande, que a gente começa às vezes a ver autismo em tudo. E a gente não percebe o impacto que pode ter isso na vida das pessoas. Ser autista não tem nenhum problema, é uma coisa que eu particularmente sou muito feliz em ser, mas você já parou pra pensar quantos discursos bregas de superação o Messi já teve que escutar por meio de uma mentira? Quantas vezes ele teve que desmentir uma coisa que não fazia parte do seu repertório? Enquanto uma pessoa não falar publicamente que ela é autista, você não tem que forçar ela a isso. E a gente tem muita gente boa que é autista que a gente pode falar, como o Anthony Hopkins, que já ganhou o Oscar. Tem gente dentro dos esportes, como o surfista Clay Marzo, então por que que a gente precisa realmente buscar referências que não correspondem?

Pedro: Eu acho que tem um ponto muito importante nisso, que a gente ama história de superação. E daí, quando você pensa em alguém que tem autismo, você pensa: “Nossa, é uma pessoa que teve enfrentar diversas situações”. E já o que o Messi já é uma pessoa que teve o problema esse crescimento, é algo que todo mundo traz pra história dele, jogadores com mortes de pai ou doenças, essas coisas assim, todo mundo adora. Todo mundo gosta quando vê esses caras lá em cima e pensa: “Nossa, essa galera enfrentou uma miséria incrível na infância e conseguiu se tornar o que se tornou, então todo mundo consegue”. Eu acho que isso é um ponto muito importante e que, com certeza, motiva essa história ser compartilhada até hoje.

Tiago: Com certeza, e quando você fala que “essa pessoa conseguiu, todo mundo consegue”, é exatamente essa a lógica das histórias de superação. Nós do Jornalismo temos critérios. A gente divulga quando o poste mija no cachorro e não quando o cachorro mija no poste. O que isso significa? Significa que a gente menciona aquilo que é extraordinário. Mas por que a gente considera que uma pessoa com deficiência alcançar um certo status na sociedade é extraordinário? Porque a gente vive numa sociedade preconceituosa, capacitista, e que a gente não espera nada dessas pessoas. As pessoas têm uma dificuldade pra pensar, mas é basicamente esse o mote de trazer a história de uma pessoa com deficiência, uma pessoa autista e falar que ela é um exemplo de superação porque ela conseguiu passar na universidade, porque ela conseguiu terminar um curso, que são coisas que as pessoas conseguem com acesso correto. É uma crítica ao Jornalismo, de certa forma, e a prática jornalística. Eu percebo que o jornalismo está mudando um pouco nisso. Nós do Introvertendo já fomos alvo de várias notícias, e a gente percebe uma diferença na forma de contato, na forma de escrever a história, dos jornalistas que conversaram com a gente. Mas histórias de superação são um problema e elas são uma parte de um sintoma maior que é chamado capacitismo, que a gente ainda vai falar num futuro episódio. Enfim, mais um episódio de Introvertendo aqui se encerra, queria agradecer muito ao Pedro aqui mais uma vez por estar no Introvertendo, que é um cara que eu gosto demais, que faz um belo trabalho na podosfera brasileira e também na área jornalística, valeu Pedro.

Pedro: Eu que agradeço Tiago, muito obrigado pelo convite de novo, fico muito feliz de estar aqui para presenciar essa aula, eu aprendo muito com vocês do Introvertendo, quarta vez que eu tô aqui e nem todas as vezes para falar especificamente do autismo, mas eu acho que foi muito interessante estar aqui com você e aprender um pouco muito com vocês.

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Equipe Introvertendo Escrito por: